Ainda desconhecida do grande público brasileiro, Ana Freitas começou a ganhar destaque ao ser a melhor representante verde e amarela no Ladies Event da WSOP. A rondoniense que viveu muitos anos em Minas Gerais foi embora para os Estados Unidos há doze anos e com menos de dois jogando poker já acumula diversos resultados.
Além do feito na série mundial, a jogadora detém o maior prêmio de uma brasileira em um único torneio. A conquista veio no ano passado, quando ficou com a quarta colocação no Evento #1 do Seminole Hard Rock Poker Open e recebeu US$ 130.702.
VEJA MAIS: Showdown absurdo em all in triplo termina em bad beat cruel no BSOP Millions
Apesar do grande currículo, o BSOP Millions está sendo o primeiro torneio de Ana no Brasil. A jogadora começou muito bem, mas acabou bolhando a mesa final do Turbo Win The Button.
Logo em sequência, ela engatou no evento mais caro da série, o Super High Roller, competição com buy-in de R$ 15 mil. Apesar do grande desempenho, Ana teve muito que muito o que lamentar no torneio, já que acabou sendo a bolha da competição.
Em entrevista ao SuperPoker, ela falou sobre a breve carreira, a primeira experiência profissional no Brasil e seus objetivos. Confira:
Como está sendo a primeira experiência de jogar um evento no Brasil?
Está sendo muito legal, estou gostando da experiência é muito bom saber que você está vindo pra casa para jogar poker, ainda mais sendo a primeira vez. O pessoal é super animado e muito divertido, estou gostando bastante.
Quais foram as principais diferenças que você sentiu em relação aos Estados Unidos?
O estilo muda bastante, o brasileiro é mais coração, coloca mais sentimento. É interessante demais isso, essa energia de sempre comemorar, vibrar a cada pote puxado, acho isso fantástico e aqui os jogadores tem mais isso. Estou achando tudo isso muito legal.
Você veio apenas para disputar o BSOP Millions ou planeja ficar mais um período por aqui?
Eu vim para ver a família, mas principalmente para disputar o BSOP Millions, ter essa experiência de jogar no Brasil. Estou dando várias gafes, pois tem duas pessoas do lado conversando e eu falo ‘nossa um brasileiro’, mas eu acabo esquecendo que estou aqui (risos). Acaba sendo estranho jogar poker em português, mas sobre o planejamento, caso eu tenha bons resultados, talvez eu venha em março.
Qual foi o sentimento de ficar na amarga posição de bolha do Super High Roller do BSOP Millions?
Estou me sentindo a menina bolha do BSOP, mas alguém tem que ficar com essa posição. No meu primeiro evento foi muito legal, eu acabei entrando no dinheiro, mas acabei sendo a bolha da mesa final. Eu engatei no Super High Roller faltando apenas três minutos para encerrar o late register, acabei tendo uma excelente corrida, alavanquei meu stack, mas cheguei na mesa da TV e as coisas começaram a não dar certo. O resultado final foi aquilo que o pessoal viu, mas a experiência foi muito legal, pois joguei com meus ídolos, sou fã de toda essa galera que enfrentei nas mesas.
Como foi reencontrar a família depois de muitos anos fora?
Foi muito bom, apesar de não ter muito tempo com eles, pois viemos para trabalhar, mas o tempo que eu passei com eles foi recompensador. Muito grata de poder ver minha família de novo.
Como é ser a mulher brasileira com o maior prêmio em um único torneio do poker ao vivo?
Eu não paro muito para pensar nisso, meu foco é sempre tentar conseguir mais. O dinheiro é muito bom, mas o meu objetivo é conseguir colocações boas para algum dia conseguir fazer alguma coisa grande para ajudar as pessoas.
O que seria fazer coisas grandes para ajudar as pessoas?
Tenho um pessoal que me segue que é super unido, me mandam sempre muitas mensagens. Acho que o que falta às vezes é uma linguagem mais popular, pois as pessoas querem aprender poker. Um curso é muito bom, mas no meio dele os jogadores começam a utilizar termos específicos, as pessoas acabam ficando perdidas e acabam desanimando. Se conversarmos em uma linguagem mais popular, vamos atrair mais gente para o meio, porque o poker é um jogo sério, mas acima de tudo tem que ser divertido para todos, principalmente para os recreativos. Eu quero chamar esse público, que quer apenas brincar e distrair a cabeça depois de uma rotina muito cansativa.
Você foca apenas em estudar o jogo ou também acompanha as notícias do poker no Brasil?
Eu sou fã número 1 do SuperPoker, acompanho o poker brasileiro através de vocês. Sempre abro o site para ler as notícias e acho muito legal vocês darem espaço para os jogadores crescerem. Esse trabalho é muito importante, pois retratam o que está acontecendo aqui dentro, trazem pessoas para cá e mostram que esse evento é uma realização de sonhos.
Você foi para os Estados Unidos com apenas uma mochila e US$ 600 e hoje volta para o Brasil com grandes resultados em pouco tempo. Pensava que as coisas iriam acontecer tão rápido?
Eu nunca imaginei, tudo é novidade para mim ainda. As pessoas passam e perguntam se podem tirar uma foto e eu meio sem graça pergunto por que? Aconteceu alguma coisa? (risos). Ainda não me acostumei a ter esse reconhecimento e as pessoas são muito carinhosas, gente boa e sempre torcendo. O carinho do pessoal é sempre muito bom.
Já pensou no cronograma de eventos para 2019?
Tudo vai depender de como será os resultados. Ainda não sei se vou para Bahamas, mas com certeza vou para a WSOP, ainda mais agora morando em Vegas. Mas em relação aos demais meses do ano, espero ver os resultados, quem sabe se eu chegar longe no Main Event do Millions eu não aumento o número de eventos aqui no Brasil.
Confira o cronograma das transmissões do BSOP Millions:
05/12 – 14h – Main Event – Dia 4
06/12 – 14h – Main Event – Dia Final
Abra a sua conta no maior site de poker do mundo clicando aqui.
