Quando se fala em poker brasileiro, dificilmente o primeiro nome que vem à cabeça não seja do PokerStars Team Pro André Akkari. Profissional há mais de uma década, sendo onze deles patrocinado pelo maior site de poker do mundo, o jogador já disputou os principais eventos do esporte e possuindo uma carreira muito vitoriosa, com mais de US$ 2 milhões em premiações, o terceiro representante verde e amarelo que mais acumula prêmios.
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A principal conquista do craque foi o bracelete da série mundial, em 2011. Na oportunidade, o craque desbancou um field com 2.857 inscritos e conquistou o prêmio de US$ 675.117.
Em uma conversa muito descontraída, o craque falou sobre diversos assuntos, entre eles seus projetos no esporte, a parceria com o PokerStars, a amizade com Neymar e a expectativa com a realização do maior evento de poker da América Latinha, o BSOP Millions. Confira:
Quais são os planos para o poker?
Em termos de jogo, é continuar disputando os maiores eventos de poker do mundo. Eu amo o que faço, estar nas mesas de Barcelona, Monte Carlo, Las Vegas, Bahamas, que são os mais legais de se disputar. Tentar conciliar mais a minha família nessas viagens, pois estar com eles deixa o trabalho mais agradável. Além disso, disputar as principais séries online, que eu também gosto muito de jogar.
O que motiva você a ter essa vontade de continuar disputando os torneios?
Eu sou apaixonado pela dinâmica do jogo, pela batalha de mentes, pelo pensamento lógico do poker, da forma de lidar com o ser humano. Eu gosto desse tipo de desafio, sou um cara que gosta de jogar tudo e o esporte me satisfaz pra caramba neste ponto, de continuar colocando lógica na minha vida e pensamento estratégico. O que eu ganhei de dinheiro em premiação, já é mais que o suficiente do que eu precisava, mas em termos de adrenalina e vontade estratégica eu tenho muito ainda, por isso ele ainda me anima.
Ser o número um em premiações do Brasil em eventos ao vivo também é um motivo?
Não, eu nunca tive nenhum interesse por ranking, pois acho que o poker é um jogo que depende de muitos fatores randômicos para ficar considerando um ou outro tipo de ranking. É um esporte que tem muitas variáveis, às vezes um cara pode ir lá jogar um evento de US$ 1 milhão e ganhar US$ 20 milhões e nunca mais jogar na vida e ser o líder de premiação. Acho que isso não é o principal, mas sim ser melhor hoje do que fui ontem e assim por diante, mas nenhum tipo de ranking me excita, pois pra mim os rankings não acertam em cheio.
Como surgiu a ideia do Desafio do Akkari no BSOP?
Surgiu junto com a equipe do PokerStars, em que fomos trocando e-mails e adicionando ideias e acabou surgindo esse desafio, que achei bem legal, pois gera uma adrenalina interessante. Os caras se divertem pra caramba em cada uma das etapas e vai ser loucura no Millions, pois vai ser uma briga boa, com o pessoal passando mal de nervoso de terem sido escolhidos para compor o torneio valendo o pacote para São Paulo. Além disso, é muito legal ser uma das pessoas que protagoniza a chance desses caras ganharem um pacote para Bahamas, é muito bacana.
Como é a parceria com o site?
É muito bacana. O PokerStars, entre erros e acertos, momentos bons e ruins, o resultado é muito gostoso, pois sempre me apoiaram em tudo que precisei, me entregaram bastante de coisa, me deram a oportunidade de conhecer pessoas fantásticas, de jogar algo que não conseguiria sozinho, segurança financeira para seguir a carreira com mais conforto e tranquilidade. Eu também acho que entreguei o máximo e continuo fazendo isso. Acho que através das minhas posturas e atitudes, acabo gerando credibilidade para eles. Vem sendo uma mega parceria, que Deus quiser vai continuar sendo.
Quais são os seus projetos e do site para o poker brasileiro?
Eu não posso falar pelo site, mas tenho recebido um excelente feedback deles, de carga máxima em investimento, de continuar crescendo a plataforma, os canais de comunicação, eventos ao vivo, o marketing digital, nas redes sociais, na TV. Então, as informações que eu tenho são todas positivas, em termos de olhar o Brasil como um grande mercado, um dos melhores do mundo. Os jogadores brasileiros já são os melhores do planeta no online e isso é uma vibração muito grande dentro da sala, é bom para nós, para o Akkari, que é patrocinado pelo site, e para todos, pois mostra que o Brasil engajou mesmo no esporte, estudou muito, aprendeu a jogar. Isso é muito legal, pois eles olham os resultados e dão mais vontade de investir, de continuar mexendo no mercado brasileiro com força total.
Como é sempre estar recebendo carinho dos amantes de poker?
É demais. Quando comecei não imaginava isso, que o poker poderia gerar esse tipo de sensação nas pessoas, das pessoas pedirem autógrafo, foto, pois é um jogo individual, em que você joga pra você e não para um time, mas sempre me senti representando e isso é bacana, eu viajo com sentimento de ser representante de um tipo de habilidade ou conhecimento brasileiro, ou seja, se você faz muita cagada ou coisa certa você está representando o Brasil. Por isso, sempre tentei fazer o meu melhor, os melhores relacionamentos, postura e hoje, graças à Deus, eu sou um cara respeitado no mundo, com muita amizade, que acaba gerando uma imagem boa para o brasileiro, e no final das contas o país também sai ganhando. E quando uma pessoa vem pedindo para bater foto, um autógrafo ou simplesmente cumprimentar, mostra que o caminho está certo e fico feliz com isso, tentando ao máximo dar atenção.
Nos últimos meses, você vem investindo muito no E-Sports. Como você projeta o futuro dessa nova modalidade?
Eu sou doente por adrenalina e por ação, quando tiver 70 anos, acho que vou continuar com isso. A minha razão de investir no E-Sports é um tipo de mercado que tem muita emoção, muita action, torneio e eu gosto muito disso, que acaba misturando muito com o poker, no quesito da sensação do coração bater mais forte seja jogando ou assistindo. Me aproximei por isso, mas também detectei uma ótima oportunidade de mercado. Eu sou empresário, invisto pensando no lucro, mas eu não empreendo em uma coisa que não me dá tesão e eu acredito que o futuro dessa modalidade é muito bom. O negócio de games é gigante, já é maior que o poker, inclusive, que movimenta muita gente no Brasil e no mundo inteiro, com eventos grandiosos, com times muito competitivos. Junto com o Ronaldo eu investi na CNB, time de LOL (League Of Legends), também tenho parceria com a Fúria, time de Counter Strike, PUB e Street Fighter, as perspectivas financeiras são muito boas, de adrenalina também. Então, é muito bacana.
O você faz quando não está trabalhando?
Não é discurso, mas eu gosto de ficar com a minha família, pois eu acabo ficando muito tempo longe delas. A única coisa que o poker me “prejudicou”, sem ser injusto, pois me deu tanta coisa boa. Mas toda viagem acabo ficando longe delas e é a coisa que eu mais gosto de fazer, também jogo Counter Strike, em que temos uma galera bem amiga, mas com uma rotina de trabalho e estudo muito intensa, mas conversamos no whatsapp, combinamos no final do dia para todo mundo jogar. Adoro jogar futevôlei, mas ai já é mais complicado, pois não sou tão bom, aí tenho que jogar com cara ruim, como eu, pois eu tenho que jogar com cara ruins, para me divertir e não irritar os caras (risos), mas eu gosto de esporte, de futebol, basquete. Além de ir no cinema, comer, sou viciado em série. Não tem nada de especial, mas é isso.
Como surgiu a amizade com o Neymar?
Surgiu quando ele foi apresentado para o PokerStars, em Barcelona. Fomos para a coletiva de imprensa dele, mas nunca tinha conversado e nenhum contanto. Não sabia se ele era uma pessoa bacana ou não, só sabia o que saia na mídia, e quando fui lá, os jornalistas perguntaram para ele quem era o cara que ele seguia no poker e gostava de ver jogando e me mencionou. Tomei um grande susto, as câmeras apontaram para mim, aí ele também me viu, me cumprimentou. Mas eu não imaginava isso, você vê sua carreira indo bem, tem visibilidade, mas não imagina que o Neymar assiste o Na mira do Pro. Daí pra frente surgiu uma amizade muito legal, fora do contexto dele ser jogador de futebol, uma intimidade legal de conselhos para a vida dele ser melhor, a minha também. As famílias se aproximaram e é legal você conhecer o outro lado, sem ser aquele que todo mundo vê. O bacana que ele está em plena atividade, arrebentando e eu fico torcendo por ele, pois é uma pessoa muito especial e por ele ser muito grande midiaticamente, as pessoas acabam não enxergando o verdadeiro ser humano. Obviamente, quem não o conhece e me vê falando, acha que estou puxando o saco, mas é real. Ele mexe com a vida de muita gente, emprega diversas pessoas e as milhares de crianças que ajuda no instituto.
Como foi vê-lo na mesa final do High Roller do BSOP São Paulo?
Foi muito bacana. Ele é um cara muito competitivo, tanto que não participa de evento que não possui alguma vantagem técnica de vencer. O Neymar sempre tenta ser o melhor em tudo que faz, busca estudar e se aperfeiçoar. Temos um grupo de Counter Strike, em que possui 20 pessoas e ele é top 4, com caras muito bons. No poker também é assim, perguntando muito, questionando mão, fazendo o curso da Inagame. Esses fatores não fazem dele apenas um jogador de futebol que gosta de poker, com ele é diferente, pois muitos jogam pela resenha, brincando, o que também é muito legal, mas poucos querem estudar e terem suas mãos analisadas como ele faz. E quando você vê uma pessoa se esforçando dessa maneira, mesmo que por um hobby, e de repente está na mesa final do High Roller do BSOP, é demais! Você fica feliz pra caramba, pois você se sente compartilhando daquela conquista, pois eu ensinei bastante de coisa para ele e está aplicando no momento do jogo. E o segundo ponto, é que você via como jogador que estava sentindo o momento, pois a mão estava gelada e tremendo, o nervosismo era visível, mas também estava curtindo muito a experiência. E tenho certeza que vai jogar mais e vai vir muito mais resultados, pois tem condição técnica de chegar, mesmo não sendo um profissional do jogo, ele está evoluindo bastante.
Qual a expectativa para o BSOP Millions?
A melhor possível. Os últimos BSOP Millions foram muito bons, apesar de as últimas etapas terem sido ruins pra mim. No Millions eu bolhei duas mesas finais, peguei troféu no High Roller, ganhei o 8-Game, enfim, tive muito resultado legal, por isso a expectativa é maravilhosa. Sem contar que é a festa do poker brasileiro, a celebração máxima desse esporte, o quanto o poker tem crescido. Eu fico excitado com a expectativa do Millions não só pela minha performance, mas também da modalidade. É bacana demais ver o jogo explodindo, colocar mais de 20 mil pessoas, somando todos os eventos. Para quem olhava o poker há 10 anos como um jogo que não ia dar em nada, não tem mais escape, o esporte já deu certo. E o BSOP Millions é esse tapa na cara dessa galera negativa, o que é legal pra caramba. Fico feliz também pela equipe do evento, pois o poker passou muito tempo sem o “boom”, investindo e perdendo dinheiro às vezes, fazendo torneio para cumprir uma grade, sem ser lucrativo e quando o poker começou a arrebentar, com o pessoal começando a se dar bem, a última etapa é uma festa para eles também. Eu não faço parte do BSOP como sócio, mas todos eles são meus amigos, e fico feliz do empreendedorismo sendo recompensado, com insistência e batalha. Muitas pessoas acabam não enxergando isso, olham só o aspecto do jogo, eu já tento ver todos os pontos, como eu também sou empreendedor e invisto em várias coisas, sei o quanto é difícil brilhar no Brasil, pois é um país que não é feito para empreender e para empresário, quando vemos esse sucesso é para vangloriar.
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