Um dos grandes destaques do poker brasileiro em 2019 é o craque Cássio Kiles. O profissional empilha grandes resultados tanto no circuito live como nos feltros online.
Na última edição da série mundial, que acabou na semana passada, o jogador teve um cronograma curto, mas com um saldo muito positivo. O principal resultado foi no Main Event, em que o Cássio foi eliminado no Dia 5 do torneio em um pote gigante.
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Presente no BSOP Winter Millions, o craque falou do bom momento na carreira, o evento, o planejamento para mais eventos lives e WCOOP. Além disso, o profissional também fez um breve comentário sobre a mão que o eliminou no Main Event da WSOP. Confira:
Como você está se sentindo neste momento da carreira, somando resultados no live e no online?
Estou me sentindo muito bem. Foram dez anos de preparação para chegar nesse momento e nem sempre as coisas deram certo. Então, uma fase que encaixa bons resultados é gratificante. Muito feliz pelas coisas que estão acontecendo e por todo trabalho até chegar aqui.
Como é o trabalho psicológico para chegar até aqui? Com tantos altos e baixos que um profissional de poker vive.
Cada tombo que a gente toma nos deixa mais forte e no poker não tem como escapar deles. Na realidade, a preparação vem da vivência e de você se levantar das quedas. Você tem que seguir, estar preparado para o próximo, aprender com os erros e tirar o melhor de cada experiência.
E a experiência na WSOP?
Foi muito legal. Eu não joguei muitos torneios e acabou que fiz ITM nos dois eventos mais caros que disputei. Estou bem feliz, pois não jogava a WSOP há dez anos, foi um bom retorno. Me senti bem preparado para estar lá, resolvi voltar para aproveitar a fase e encaixou. Na próxima, pretendo conseguir mais coisas.
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Qual o planejamento para a sequência dos eventos live e online?
Em agosto eu vou para o EPT Barcelona, já está tudo certo. Depois, tem o WCOOP e um evento nas Bahamas.
Qual critério você utiliza para jogar um evento live?
Eu gosto bastante do live, porque é uma alternativa muito boa para nós que jogamos high stakes e jogar eventos de buy-ins mais elevados do que estamos habituados no online no dia-a-dia. Normalmente, com fields grandes, que pagam uma premiação muito enorme, e nem sempre o field está tão preparado para jogar um torneio desse valor.
No online, um torneio de US$ 10 mil é bem mais difícil que no ao vivo. Então, enxergo como grande oportunidade de darmos uma arriscada e as coisas se encaixarem bem.
Como é a preparação?
Quando viemos de um período que jogamos muito online, é bom refletir sobre as diferenças do field, porque tem algumas peculiaridades do jeito que jogam. O poker é um jogo de ajustes e os estratégicos precisam ser feitos para se adaptar.
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Como eu venho de uma maratona de live, meio que já estou nesse ritmo. A preparação vem muito de conversar com quem estou sempre discutindo mão, meus sócios e os meninos que jogam pra gente. Pensar as melhores formas de explorar essas estratégias.
O que você está achando da experiência de jogar o BSOP Winter Millions e da iniciativa de ter um evento maior no meio do ano?
Eu achei muito legal. Melhor ainda é ver que bateu o garantido e que eles estavam certo, que tem público para isso. Também é um reflexo que o poker está em ascensão há muito tempo no Brasil e não para de crescer. Tomara que isso continue e imagino que o ano que vem eles vão fazer de novo e quem sabe daqui cinco anos não esteja ainda maior ou o dobro. Para nós vai ser sensacional, quanto mais gente jogando, melhor.
A principal série do poker online está muito próxima. Existe algo de diferente pré-WCOOP?
Essa tem uma preparação maior porque é uma maratona mais intensa. Quando jogamos live, é diferente, pois é uma mesa, tem mais tempo para pensar e descansar entre as mãos. Já no online, é mais pancadaria, você fica em várias telas, 16 dias sem parar. É bem intenso e é importante que corpo e mente estejam preparados e alinhados.
Outro fato é você se sentir confiante, porque estará peitando os caras mais duros o tempo inteiro. É bem importante estar bem focado na parte de estudos para a confiança estar em alta, mas acho que estamos no caminho certo para isso.
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Após ter passado um tempo da sua eliminação no Main Event da WSOP. Qual o seu pensamento da forma que jogou a mão?
As pessoas perguntam se eu me arrependo, a resposta é não. Depois de pensar bastante sobre essa mão e discutir com outras pessoas, as informações que eu tinha, fazia sentido o cara estar blefando em uma frequência absurda. Naquela ocasião eu estava errado, mas trabalhei com as informações que eu tinha.
Talvez eu poderia ter foldado turn para não ter me colocado nessa situação de ver meu torneio em risco, mas não estava esperando que isso fosse acontecer. É questionável se eu deveria foldar ou não o turn, mas eu não me arrependo.
Como já falei, nossa vida no poker é feita de tomada de decisões complexas, é o tempo inteiro. Até chegar naquele momento do torneio eu tive que tomar várias, umas você acerta outras você erra. Essa foi mais uma que eu agi da forma que achei que deveria e naquela ocasião deu errado. Por ter uma cobertura muito grande, a galera pesa bastante em cima, mas estou com a consciência tranquila, pois fiz o que venho fazendo até hoje e tem dado certo. Méritos para o cara, segue o jogo.
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