Não demorou uma semana, após o término da WSOP, para Daniel Negreanu se envolver em mais uma grande polêmica. Desta vez, o assunto abordado pelo profissional canadense foi o VPN.
Para quem não está familiarizado com o termo, o VPN (Virtual Private Network ou Rede Virtual Privada) possibilita que os jogadores modifiquem o endereço de IP e se realoquem em qualquer localidade do mundo, dificultando o rastreamento. Por meio desta ferramenta, jogadores dos Estados Unidos conseguem jogar em sites bloqueados no país.
VEJA MAIS: Alex Foxen retoma liderança do ranking do Global Poker Index
Na enquete, Negreanu questiona se é trapaça os americanos utilizarem deste artificio para jogar nos principais sites do mundo. Confira:
Do you consider players using a VPN to play online poker from the US to play on sites that forbid play from the US to be cheating?
Assuming they are playing on their own account, just from the US rather than driving to Mexico, etc.
— Daniel Negreanu (@RealKidPoker) July 20, 2019
Você considera os jogadores que usam VPN para jogar poker online nos Estados Unidos em sites que proíbem o jogo dos EUA como trapaceiros?
Supondo que eles estão jogando por conta própria, apenas dos EUA, em vez de dirigir para o México, etc.
O post ganhou enorme repercussão. Foram quase 16 mil votos e centenas de comentários. No final, 76% das pessoas responderam que não consideram isso uma trapaça, enquanto os restantes disseram que sim.
O respeitado profissional canadense concorda com a opinião da maioria e utilizou alguns argumentos para isso. O principal deles é que quem realmente fiscaliza se jogadores americanos estão jogando de sua casa ou não são os próprios sites e não as autoridades locais. O profissional escreveu em um blog outros pontos para reforçar a ideia (versão em inglês aqui).
Apesar de não haver uma fiscalização do governo americano, existe a proibição da prática no território americano. Se isso aparenta ser apenas um dilema ético para Negreanu, o jogador que é pego utilizando o VPN tem a conta banida do site. Um dos principais exemplos é de Gordon Vayo, que foi descoberto e não recebeu o prêmio de quase US$ 700 mil conquistado no Evento #1 do SCOOP de 2016.
VEJA MAIS: Garry Gates explica ausência de coaching na mesa final da WSOP; o que você faria?
Se existem aqueles que preferem se arriscar, profissionais americanos renomados como Connor Drinan, Shaun Deeb e Calvin Anderson, recordista de títulos no SCOOP, são constantemente vistos nas principais séries online com a bandeira mexicana. Ser pego utilizando VPN pode não ser apenas danoso para o caixa como também para imagem do jogador.
Kevin Roster, que faleceu na última semana, foi uma das pessoas que levantou o questionamento do ilegal ou imoral. “Eu acho que você simplificou demais, no meu entendimento dirigir pela fronteira não é o suficiente, você precisa ser um residente do país para jogar. Dito isto, os sites devem farejar VPNs, não é trapaça, mas age desonestamente. Uma questão de ética x danos aos outros”.
Haley Hintze foi outra pessoa que contestou a visão do jogador. A jornalista utilizou o caso de Vayo como exemplo. “Você não se importa com o caso de VPN de Vayo, mas omite que ele não apenas processou o PokerStars, mas também orquestrou múltiplas falsificações, conduta criminosa em qualquer parte do mundo, em uma tentativa de reforçar seu caso falso”. Além da discussão, ela publicou um artigo sobre seus pontos de vista em que o jogador está equivocado (confira o texto em inglês).
E você? Concordo com o pensamento de Negreanu?
