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EPT Sochi
EPT Sochi

E os dias de neve e sol na Rússia terminaram. O Diário do EPT Sochi se despede nesse último texto, já com saudades da terra das Ekatherinas e Olegs.

O último dia em Sochi desse jornalista foi marcado por um media day bastante interessante. Conversei com Ramón Colillas, o espanhol que venceu o PSPC e com o Team Pro Online Russo, Mikhail Shalamov.

A conversa com Ramón começou como uma coletiva e foi filmada para um documentário sobre o espanhol. A película será focada na história do personal trainer de Barcelona, fanático por futebol e que arrumou US$ 5 milhões em Bahamas.

Com Mikhail, o papo foi mais fluído e pude fazer algumas provocações ao Russo, que fala um belo inglês, diga-se de passagem. Falamos sobre o que os brasileiros pensam sobre os russos nas mesas, jogos da mente e streaming.

Depois disso, gravei um Tá na Mão com Felipe Pantoja, que contou muito bem uma parada que jogou no EPT National e fomos para mais um passeio turístico em Sochi.

Dessa vez de van, ninguém quis provocar o motorista, um russo que escutava a versão soviética das 7 melhores da Pan, o famoso poperô, o tunts-tunts.

Aliás, o russo é um fã incondicional do chamado bate-estaca. Em qualquer recinto, desde restaurantes, passando por recepção de hotel, tá lá a música eletrônica, altissonantemente entrando em nossos ouvidos.

Passeio

O rolê dessa vez consistia em conhecer o lado praieiro de Sochi, cravada nas margens do Mar Negro e um tour rápido pela casa utilizada por Ioseb Besarionis dze Jughashvili, o chamado Stalin.

Na datcha do ex-líder da União Soviética na segunda guerra, vários objetos históricos do líder, um boneco que o reproduzia de maneira bastante mixuruca e um tabuleiro de xadrez com peças gigantes e dispostas erroneamente sobre o tabuleiro.

O melhor mesmo da casa era a vista para Sochi, que se apresentava por entre os eucaliptos, com o Mar Negro a encontrá-la sem grilos ou pudores.

Passamos depois pelas instalações montadas para a Copa do Mundo, os hotéis-spa construídos na fase de Stalin, os novos imóveis e a parte mais cosmopolita de Sochi.

O fim da viagem estava próximo.

Janta

Com as obrigações todas concluídas, a saber: entrevistas e passeios, todos os jornalistas convidados se juntaram para um último jantar.

Era uma mesa multicultural, onde estavam italianos, franceses, romenos, russos, o brasileiro-argentino aqui, espanhois e ingleses. Vários sotaques, idiomas, visões de mundo e um ponto comum: o amor ao poker.

No cardápio as opções variavam de strogonoff a caviar, de cordeiro aos dumpling russos. Fiquei com as segundas opções e me dei bem. Tudo isso foi pra dentro com muita cerveja e aquele Jack Daniels, que ninguém é DO ferro.

Como bom menino educado, recusei as ofertas de saideira, strip club e fui dormir (jogar Championship Manager 2001, na real). O homem que está jogando CM em paz, não quer guerra com ninguém, mas também dorme menos do que deveria.

Regresso

Com boas 5 horinhas de sono, fechei a mala correndo, fiz o checkout e parti para o aeroporto de Sochi, onde pretendia fazer duas coisas: comer um Khachapuri (iguaria local que parece uma grande esfiha, com queijo e ovo) e atender aos pedidos da máfia do imã de geladeira, que ataca indiscriminadamente quando você viaja para um destino exótico.

Nos planos que antecediam o embarque para Moscou, constava a aquisição de Matrioshkas, as bonequinhas de porcelana russa. O preço exorbitante do bibelô soviético me intimidou. Apenas minha mãe seria recompensada com um exemplar.

No bar do aeroporto comi finalmente o Khacapuri, que recebe a nossa nota 10, solicitei um milk-shake, que recebeu a nota ZERO, mas com média 5, a refeição aeroportuária foi mais do que aprovada. Já não me restavam mais rublos. O que eu tinha para agora, meus amigos russos, era saudade.

Acochambrado numa poltrona da classe econômica da S7-Siberia Airlines, parti para Moscou, jurando regressar a Krassnaya Polyana, seus detectores de metal, seus motoristas de GTA e sua gente maravilhosa.

Do svidaniya Rossija (adeus, Rússia!)