Salve, salve, meus confederados e confederadas!
Aqui começa mais uma edição do diário do EPT Sochi, que não é diretamente do mundo da lua, mas é bem perto. O que tem pra hoje? Rolê turistão pela cidade!
Falando em cidade, Sochi é um município pra lá de esquisito. Primeiro era ponto de parada dos turcos, depois a turma da Moldávia se estabeleceu pelas montanhas. Então, vieram armênios, judeus e dizem que até um pessoal de Minas Gerais fez morada por lá.
A cidade só deslanchou mesmo quando Stalin, o do bigode grosso (que lutou contra um outro bigode), fez de Sochi a sua menininha dos olhos no que tange a férias. Ele descobriu a tranquilidade e o clima da cidade e lá ergueu a sua datcha (fazenda, chácara).
A partir daí, Sochi foi ficando famosa, recebendo não só o alto escalão da burocracia soviética, como também os trabalhadores, que segundo Zé Stalin, mereciam também descansar para aqueles lados.
Isto posto, Sochi foi ficando grande. Passou a englobar terras desde as areias das praias do Mar Negro, até o sopé das montanhas da vila de Krasnaya Polyana, 50 quilômetros distante.
Nesse fuzuê de ir crescendo a cidade, tudo que é tipo de clima foi englobado. Desde o frio agressivo de Krasnaya, até o clima agradável a beira-mar. O cidadão de Sochi é o único do planeta que pode entrar num elevador e responder a tradicional pergunta que quebra o gelo: “Que tempo doido, não?”
É bom conhecer
Ir a um torneio de poker é ficar enfurnado no salão, entre as mesas, e, claro, o entorno do hotel que o sedia. Quando surgiu a ideia de ir ao Parque Olímpico e Autódromo, eu prontamente aceitei.
Fomos de busão, gritando “Ô motorista, pode correr, que os jornalistas não tem medo de morrer!”, mas ele realmente achou isso uma besteira e não passou dos 50 por hora.
Pegamos a estrada Sochi-Sochi e quarenta minutos depois de sair da neve, estávamos no sol, com tempo aberto, do Autódromo. Não era também uma temperatura que o sujeito pudesse sair com o seu calção da Penalty e uma camiseta “Jânio Prefeito 85”, surrada.
Galvão
Um autódromo sem corrida é o mesmo que eu sem mozão, que no caso, nesse momento, não existe. Assim encaramos o autódromo de Sochi, aberto às visitas guiadas, com uma guia russa jovem e animada, mas que tinha o problema sério de falar russo.
Alguns abnegados – e abastados – cidadãos, entravam em carros potentes e rápidos, como um Santana 92 e davam voltas pelo autódromo, mas os detalhes eram:
a) obviamente não era um Santana 92, né?
b) os caras não passavam na linha de chegada! saíam dos boxes e voltavam para ele. Que graça tem dar a volta num circuito e não passar pela linha de chegada.
Bem, se eles não podiam fazer isso, eu em cada passo que dava imitava o Galvão internamente, vendo aqueles animados russos pilotando: “Lá vem o Oleg, virou um trinta e dois e oito, amigo!”
O melhor da visita ao autódromo foi uma passagem rápida no Museu do Automóvel de Sochi, que tem um Delorean, sim, aquele carro do De Volta Para o Futuro, um Maseratti Quattroporte branco, dos anos 80, que é a viatura mais sensacional de todas, além de itens promocionais dos Jogos Olímpicos de Moscou-1980, aquele mesmo do saudoso ursinho Mischa.
E fomos embora dali
Poker
Interrompemos a programação para falar um pouco de poker. O franco-angolano-que-joga-sob-bandeira-suíça Rachid Amamou terminou o EPT National na honrosa 22.a colocação, embolsando ₽ 319.000 (R$ 19.000).
Lembrando sempre que ele foi o campeão do Super High Roller do BSOP Millions 2016.
Parque Olímpico
O Parque Olímpico é legal e bonito. Cheio de belas e modernas construções, ele é cortado pelo autódromo, e hoje praticamente ocioso, recebe competições de crianças e pessoas que fazem o seu cooper, além de turistas obesos como eu.
Passeamos em um carro elétrico cuja suspensão deve ter entrado em greve, já que não eram poucos os seres humanos acima do peso ali.
Terminava a nossa visita e era hora de sair do calor para o frio, e trabalhar um pouquinho.
Do Svedaniya!