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Vivemos o momento da eleição no nosso país. Outubro está logo ali e por onde vamos, sejam praças, restaurantes, redes sociais, estádios e até em casa, nada é capaz de nos desviar desse tema.

Quando surge o assunto ‘Política no Brasil’, as pessoas se entreolham e sempre há um clima de desconforto no ar. Muito fruto da atuação da maioria dos representantes que temos, um pouco por muitos anos de despolitização da nossa sociedade. Não raro, ouvimos a sentença que interdita debates que poderiam ser proveitosos: “Política não se discute!”. Muda-se o assunto, os semblantes ficam mais relaxados e não mais se fala no tema. Em um país onde toda e qualquer discussão deve ter vencedores e vencidos, talvez não seja mesmo má idéia parar por ali. Depois disso, o próximo passo é dizer de peito aberto: “Nenhum deles presta!”, a pá de cal da conversa política. Mas será que é isso mesmo?

Já no início da caminhada do nosso esporte no Brasil, sabíamos que para tornar essa paixão, circunscrita aos jogos de amigos e à informalidade, em algo gigante, a solução era quebrar o discurso clássico – e falacioso – do poker como jogo de azar. Isto é, Para que pudéssemos concretizar o sonho de termos segurança para jogar, frequentarmos torneios sérios, que cumprem as suas obrigações, ter uma indústria sólida que gerasse empregos e um calendário forte, seria necessário embasamento – e apoio- legal, mais praticantes com visibilidade midiática, ou em suas áreas de atuação, e representantes do poder público que tivessem empatia com a causa. Gente que pudesse vislumbrar o aporte do nosso jogo, o mais democrático de todos, na economia, no turismo e em outras áreas estratégicas. Para que pudéssemos ter o poker desmembrado para todo sempre dos jogos de azar, contamos também com a colaboração de alguns membros da classe política, além dos esportistas, empresários e outros notáveis em suas áreas.

Nesse ponto, vale a pena lembrar e celebrar aqueles que de forma infatigável, suprapartidária e republicana, puderam somar forças aos jogadores, dealers, floors, diretores de torneios, jornalistas e dirigentes para que o poker atingisse a sua ‘velocidade de cruzeiro’, com programas diários na televisão, transmissões modernas, repercussão diária, grade extensa de torneios e o melhor, cada vez mais adeptos podendo colocar ficha no pano com tranquilidade.

Aqui estão os nossos representantes.

Guilherme Mussi: Aos 35 anos, Mussi é candidato ao terceiro mandato de deputado federal pelo estado de São Paulo. Foi relator da Comissão Especial destinada a proferir o parecer ao Projeto de Lei 442/91, que estabelece o Marco Regulatório dos Jogos no Brasil/Lei de Jogos do Brasil. Sempre recebeu e ouviu atentamente as explanações sobre as características do nosso esporte através dos dirigentes da CBTH (Confederação Brasileira de Texas Hold’em). Vem dele um dos acolhimentos mais significativos para o Poker nesse processo do Marco Regulatório dos Jogos, que foi a inclusão de um artigo (Art.79 – PL 442/91) específico para aos Jogos de Habilidade, tratando-o de forma diferenciada dos demais jogos ali propostos.

Abaixo a íntegra do artigo:

 “Art. 79. Os jogos de habilidade não estão sujeitos ao regime jurídico instituído por esta lei.

  • 1º Consideram-se jogos de habilidade, para o efeito previsto no caput, os jogos em que o resultado é determinado por habilidades mentais ou físicas daquele que deles participa, tais como força, destreza, perícia, inteligência e domínio de conhecimentos e regras dos jogos, nos quais a decisão de quem ganha ou quem perde depende, principalmente, de decisão do jogador.
  • 2º Considerar-se-ão jogos de habilidade quaisquer jogos que se enquadrem na descrição do §1º, ainda que haja eventos aleatórios, premiações e exploração econômica em atividades realizadas por meio físico ou on-line.
  • 3º Consideram-se jogos de habilidade, não se enquadrando na categoria de jogo de fortuna, sem prejuízo de outros que se enquadrem na descrição deste artigo:

I – todas as modalidades esportivas;

II – jogos de destreza como sinuca, bilhar, bocha, boliche; e 33

III – os jogos mentais como xadrez, damas, poker, bridge, go, gamão, dominó.

§4º Os jogos de habilidade só podem ser realizados através da modalidade de jogo não bancado”.

Maurren Maggi: Atleta com mais de 20 anos de competição em alto nível, conquistou a primeira medalha de ouro olímpico feminina para o Brasil nos esportes individuais. A campeã do salto em distância em Pequim-2008 será candidata ao senado, pela primeira vez, por São Paulo. Entusiasta de primeira hora do poker, Maurren contribuiu com a divulgação e aceitação do nosso esporte.

Rodrigo Santanao Rodrigão do vôlei: Campeão de tudo o que jogou com a seleção brasileira da modalidade. Durante a sua carreira nas quadras ele venceu uma olimpíada (Atenas-2004), três campeonatos mundiais (Argentina-2002, Japão-2006 e Itália-2010), duas copas do mundo, oito ligas mundiais e um título dos Jogos Pan-Americanos. Além das conquistas nos clubes onde jogou, no Brasil e na Itália. Rodrigão adotou nos últimos anos o Poker e vem participando ativamente de inúmeros eventos, deixando claro para todos os que o acompanham a sua paixão e admiração pelo esporte. Ele tenta uma vaga para a câmara federal por São Paulo.

Nelson Marquezelli: É um empresário e político brasileiro. É um dos maiores exportadores de suco de laranja do país. Natural de Pirassununga (SP), atualmente está no sexto mandato como deputado federal e tentará a releição. Foi o criador da Comissão Especial destinada a proferir o parecer ao Projeto de Lei 442/91, que estabelece o Marco Regulatório dos Jogos no Brasil/Lei de Jogos do Brasil, também recebeu os dirigentes da CBTH em inúmeras oportunidades, ouvindo e replicando as características e posições dos Jogos de Habilidade.

 Aldo Rebelo: Ex-Vereador em São Paulo (SP), Deputado Federal por 6 mandatos e Ministro da Ciência e Tecnologia, Esporte, e da Defesa, Aldo não sairá candidato nessas eleições, mas recebe a menção nesse editorial em agradecimento à enorme colaboração com a prática do poker no Brasil. Quando Ministro do Esporte, Rebelo apoiou o nosso esporte pessoalmente e através do Ministério, consolidando definitivamente a conexão entre a Confederação Brasileira de Texas Hold’em – CBTH e a pasta que ocupava. Um grande exemplo desse apoio foi a participação de Aldo, titular do ministério, na abertura oficial do BSOP Millions 2013.

Com a ajuda dos nossos amigos, a gente sempre chega lá!