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MSOP - Mexican Series of Poker
MSOP - Mexican Series of Poker

Mais uma vez uma paralisação arbitrária mexe com os brios e os nervos da comunidade do Poker. Em pleno 2018, quando deveríamos estar olhando para esse tipo de intervenção governamental com pena e felizes por vivermos a chamada modernidade, a Mexican Series of Poker, jogada à beira das águas marítimas azuis celeste-celestiais (ou verdes, ou cristalinas) de Cancún, a Meca do turismo do país, se viu interrompida em plena atividade do evento Super High Roller, com presença de grandes glórias do poker mexicano e mundial.

“Ah, o México é lá longe, é a terra do Chaves, das novelas, do Luis Miguel, a gente não tem nada a ver com isso.” – Poderá dizer algum otimista. É verdade em certo ponto, os mexicanos são regidos por leis diferentes da nossa, comem feijão no café da manhã e abacate no almoço, somos diferentes. Sim, mas lá como cá ainda escutamos os legisladores, darem de ombros para coisas importantes e fazerem de sua vida parlamentar um eterno ataque às liberdades do cidadão. Isso é preocupante. Em um país onde o crime organizado, mais precisamente o narcotráfico, faz vítimas à luz do dia, ocupam cidades inteiras e promovem toda a sorte de barbaridades, não será o poker, com suas falinhas, bad beats, contadores de paradas e slowrolls, -falando das piores coisas de verdade inerentes ao jogo-, que constituirá um problema nacional.

VEJA MAIS: Governo paralisa MSOP, e organização divulga comunicado oficial: “arbitrariamente e de maneira ilegal”

Ninguém dá de ombros para o tio que perdeu uma fazenda, nem para o ludopata confesso e convicto, para os dois existe também o limite, a saber: o dinheiro e a saúde pública, respectivamente, cuidarão dessas figuras. Para o familiar que perdeu mundos e fundos, sempre teremos a contrapartida lógica de um jogo que se dá entre pessoas: alguém ganhou isso tudo. É assim no México, no Brasil e no Japão.

O que não podemos ver, mais uma vez em se tratando de México (O LAPT 2009 em Playa del Carmen também foi cancelado), é uma legislação caduca, gagá e burra, que ignora a natureza complexa e social do poker, colocando-o na mesma vala comum de jogos simplórios e, acima de tudo, que interfere no livre arbítrio dos seus cidadãos. Aqui no Brasil, graças ao trabalho sério de gente comprometida e batalhadora, que escolheu enfrentar o problema de verdade, hoje quem quer jogar, organizar, relatar e viver do poker, não encontra problemas legais.

Tempos atrás os mexicanos se revoltaram, com razão, ao muro que Trump queria erguer na fronteira dos Estados Unidos com país de Frida Kahlo. Agora é hora de olhar para dentro e detonar esses pequenos muros de ignorância, antes que cresçam e nos separem da vida moderna, da era do acesso e do conhecimento. Façamos o que for possível para ajudar na solução do problema. Estamos com vocês, MSOP e ADN!

VIVA O POKER!