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Eduardo Pires - BSOP Millions
Eduardo Pires.

Na última semana, Eduardo Pires conquistou o maior resultado da carreira ao alcançar a terceira colocação no Main Event da High Roller Series, competição com buy-in de US$ 5.200. Com a excelente performance, o jogador faturou a incrível forra de US$ 250.529,73.

Este não foi o único resultado expressivo do jogador em 2019 em uma grande série do PokerStars. No WCOOP (World Championship Of Online Poker), realizado em setembro, o paranaense foi o quinto colocado no Evento #48 High Roller, com a entrada custando US$ 10.300. Com a performance, o jogador recebeu mais um prêmio de seis dígitos, somando US$ 123.977,52 ao bankroll.

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Além dos resultados nas séries do PokerStars, Eduardo também empilhou conquistas nos torneios diários do site. O nome do paranaense é constante nos reports online do SuperPoker, sempre jogando nos torneios mais caros.

Apesar desta sequência impressionante de resultados, Eduardo tem o poker como hobby. O paranaense é um executivo no ramo de bebidas, além de possuir uma empresa com a esposa.

O jogador conheceu o poker há cerca de sete anos. Primeiro, começou a jogar com amigos em home games, depois se aventurou nos clubes da cidade, até chegar no poker online. “Joguei Freeroll, Low e Medium. Jogava anoite e aos domingos, pois era quando eu tinha tempo, apanhava bastante porque meu nível era muito abaixo da média, mas ia aprendendo por um valor que não me fazia falta, tinha total tranquilidade para jogar, mas me irritava não ganhar”, recordou o jogador.

A evolução no jogo se deu com a convivência e observando os amigos como Eduardo Garla, Guilherme Garcia e Marco Tozzatto, mas a alavancada no nível técnico veio com a ajuda de outro grande jogador, Wender Oliveira. “Ele dividiu muita coisa comigo, como ele era do 4-Bet, ele jogava caro, me passava muito conhecimento, mas nunca materiais, pois isso não é permitido”, contou Eduardo, que continuou. “Apesar da minha limitação, eu sempre fui competitivo. Coloquei na cabeça que queria um dia ganhar também estar lá. Fui aprendendo e lendo”.

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O paranaense também destacou outro material riquíssimo e disponível para todos. “Chegava anoite, assistia todas as retas de torneios caros, mesmo sem as cartas reveladas. Uma hora ou outra você acaba vendo como as lendas jogam determinadas mãos. As mesas finais nem preciso dizer que sempre assisti, essas sim com as cartas reveladas. Então, mesmo sem jogar com eles, eu já sabia quem eram e muitas vezes como jogavam”.

Aos poucos, o jogador foi subindo o nível de buy-in. Recreativo, o jogador utilizou os ganhos para engatar nos torneios mais caros. “Obviamente, quanto maior o buy-in, maior a dificuldade, mas isso me motivava. Continuei vendo eles jogarem, sabia da minha limitação, mas também sabia como eles iriam me tratar na mesa e como a maioria deles iria se comportar. Foi onde comecei a tirar proveito, mesmo com meu conhecimento limitado”, explicou.

Eduardo Pires - BSOP Millions
Eduardo Pires

Eduardo contou que até hoje utiliza o mesmo método para continuar evoluindo tecnicamente. “Observo os melhores jogando até hoje. Procuro me atualizar desse jeito já que não sou profissional e o tempo é escasso. Também leio esporadicamente algumas coisas e acompanho algumas lendas dessas que todo mundo conhece”.

O paranaense também fez questão de ressaltar que apesar de recreativo, faz uma rigorosa gestão de bankroll. “Meus buy-ins param em US$ 1.000. Sempre procuro jogar satélite, apesar de estar bem tranquilo em relação aos valores, tenho certa ‘dó’ de dar buy-ins tão grandes assim. Salvo um evento que consideraria muito imperdível, como foi o caso desse Main Event, que eu satelitei de primeira e depois tive que reentrar com buy-in integral”.

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O jogador explica como consegue conciliar o hobby com o trabalho. “É bem tranquilo, pois jogo muito pouco live a não ser no clube aqui do lado da minha casa em Londrina. No online, salvo quando tem séries, jogo no domingo apenas” e continuou falando o que o motiva nessas disputas. “Jogo por vontade, por competição, sem pretensão nenhuma de ficar rico. Já tenho meus negócios e minha carreira, pra mim é indiferente, pura competição, pois óbvio quero sempre ganhar, nunca perder”.

Iniciando o Dia Final do Main Event da High Roller Series com o 11º maior stack entre os 16 finalistas, o jogador entrou na mesa final como short stack. Logo no início, conseguiu duas dobras e, após acumular potes em sequência, assumiu a liderança em fichas. “Apesar de estar bem tranquilo, não podia jogar o ICM fora, blinds de trinta minutos e vinte big blinds é um ‘caminhão de fichas’. Conhecendo a maioria das estrelas, sabia que uma hora ou outra iria dobrar, mas não esperava uma arrancada tão grande” relatou.

“Respeito o jogo e respeito qualquer adversário, existe o fator sorte, ele também está presente. Tive paciência, calma e a sorte de esperar a runnada. Mesmo chip leader, o jogo é deep, havia três jogadores bons muito iguais em ficha, mantive meu jogo tight respeitando os adversários de nível bem superior. Repetindo, eu também sei como eles se comportam e uma hora ou outra eu iria pressionar, pelo meu stack estar confortável e sabendo da imagem que eles têm sobre mim: um jogador mais fraco”, explicou a estratégia.

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No 4-handed, os adversários do brasileiro eram nada menos que o russo “veeea”, que terminou com o título do torneio, Simon Mattsson, o “C. Darwin 2” do online, e Samuel Vousden, conhecido como “€urop€an”. Apesar de enfrentar grandes lendas, Eduardo se mostrou tranquilo na reta final insana. “Já joguei vários de menores premiações, claro, com essa turma toda. A minha estratégia foi a de sempre: responsabilidade é toda deles, a minha é zero. Eles são melhores, vivem disso, eles que se virem. Vou aqui no joguinho ‘arroz com feijão’ e na hora que der, a gente inventa algo novo, sem pretensão nenhuma de se achar melhor que nenhum deles, até porque não sou!”.

Mesmo a cravada não vindo, o paranaense festejou e muito o resultado. “Não vou usar o termo carreira, porque não tenho, acho que não se encaixa. É meu maior resultado nesse esporte de nível amador que prático. Sinto com o dever quase cumprido, pois lá no começo, queria estar entre eles, às vezes bater eles e isso tem acontecido há algum tempo. Pra mim, já é quase suficiente, resta ser campeão de um SCOOP e WCOOP, é o que me interessa no momento, mas daquele jeito: jogando esporadicamente, bem tranquilo, como sempre faço”, festejou o jogador.

O recreativo encerrou falando sobre as pretensões para 2020. “Quero jogar mais eventos live de grande porte, ser campeão de um WCOOP e SCOOP. Pretendo jogar mais eventos live, hoje jogo o BSOP Millions, um evento grandioso que gosto de participar, mas por falta de tempo não consigo participar de mais. Em 2020, pretendo ir a pelo menos três”.

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