COMPARTILHAR

Em 2017, o Brasil bateu na trave várias vezes de conquistar o mais tradicional torneio da grade do PokerStars. Foram muitos brasileiros na mesa final, com direito a alguns vices. Coube ao jogador Evandro Vitoy quebrar o jejum de cinco meses sem um título brasileiro. O goiano brilhou na edição de ontem (09), bateu o field de 5.743 participantes e levou a forra de US$ 136.000.

Vitoy fazia parte do Steal Team, comandado por João Bauer. Ele era um dos sócios e instrutores que alçaram o time para um patamar gigante. Mais de 300 jogadores passaram por lá, como Larissa Metran (noiva do jogador), Kelvin Kerber, Pedro Padilha, Gustavo Goto, Victor Bergara, Guilherme Cheveau, Thiago Grigoletti, Gustavo Pinto e muitos outros.

Há dois anos, João Bauer resolveu encerrar as atividades do time. Muitos jogadores dessa geração migraram para outros cantos, criaram times. Enquanto isso, Vitoy resolveu se dedicar a outros negócios e o poker ficou secundário em sua carreira. “jogava apenas torneios especiais, como séries online e BSOP”, contou.

Quando ninguém mais esperava, Bauer resolveu retomar o Steal em janeiro e Evandro não titubeou para voltar e ajudar o time. Assim, ele retomou os estudos e a dedicação que o levaram a colher bons resultados. Um deles foi o 11º lugar no BSOP São Paulo, duas semanas atrás. O gosto amargo da bolha foi superado com maestria.

Evandro Vitoy conversou com o SuperPoker, falou sobre a conquista e muito mais. Confira o bate-papo:

SuperPoker: O que esse resultado no Sunday Million representa na sua carreira?

EV: Há mais ou menos dois anos tínhamos paralisado o Steal Team e desde então eu estava focado em outros negócios, jogando apenas torneios especiais, tipo séries online e BSOP, mas sem estudar e dedicar. A uns três meses voltamos com tudo com o Steal. Voltei a dedicar e encarar o jogo de uma forma mais profissional. Esse resultado dá muita confiança para seguir esse caminho.

SuperPoker: O que pode falar do torneio em si? Como foi a sua trajetória?

EV: Fiquei chip leader com 60 left e desde então peguei um dos maiores card dead (sequência ruim de mãos) da vida até a mesa semi. Tive muita paciência para não me precipitar e tomar uma decisão ruim pelo momento. Comecei short na mesa semi, mas a partir daí deu tudo certo e entrei em segundo na mesa final. Na FT, o chip leader estava à esquerda, então não deu pra explorar muito, mas as coisas foram dando certo até o heads-up, que foi bem legal. Fiquei short várias vezes no HU e conseguia voltar. A mão principal foi um blefe que 3-betei e dei 3 tiros. Foi tenso!

SuperPoker: Você era sócio e instrutor do Steal Team. A volta do time impactou de algum jeito na vitória?

EV: A volta do Steal foi decisivo nesse resultado. Se não tivesse voltado a estudar, não teria ganhado. A troca de experiência do time me ajudou muito a melhorar. Na hora de tomar as decisões importantes, essa bagagem de estar envolvido num projeto de aprendizagem e evolução ajuda muito.

SuperPoker: Você bolhou a mesa final do BSOP São Paulo há duas semanas. Esse filme passou na sua cabeça ontem?

EV: Bolhei essa mesa final e recentemente tinha bolhado outros torneios importantes online. Mas eu acho que isso só me deu mais vontade de ganhar o Sunday Million. Não queria passar por isso de novo em tão pouco tempo, então não fiquei pressionado na verdade. Só me deu mais gana de ganhar.

SuperPoker: a forra faz você pensar em mudar algum planejamento pra 2017?

EV: O planejamento para 2017 é estudar e fazer o Steal Team crescer. A vitória no Sunday Million tira a pressão financeira para seguir esse projeto.

SuperPoker: Fique à vontade se quiser agradecer alguém ou dedicar a vitória

EV: Quero agradecer os amigos e companheiros de time que me ajudaram a evoluir para conseguir esse resultado. E principalmente a minha noiva Larissa Metran, minha companheira, sem ela eu não teria conseguido.