Os gregos são um caso à parte no PokerStars. Enquanto esta matéria é escrita, o $2.100 Sunday Cooldown do High Roller Club, torneio que começará apenas no domingo (14), às 18h (horário de Brasília), possui 33 inscritos. Todos são gregos. O mesmo acontece no $2.100 Sunday HR, com 26 entradas, e em diversos outros torneios high stakes.
Apesar de possuir alguns nomes de destaque no circuito ao vivo, como Ioannis Angelou-Konstas e Georgios Sotiropoulos, a Grécia não é um país com tradição nos jogos caros. Então, o que está acontecendo? O curioso comportamento é uma maneira que os jogadores do país encontraram para diminuir o pagamento de impostos.
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Em 2013, o PokerStars conquistou a licença para atuar no país, que aplicou um sistema de taxação diário. O imposto passou a ser cobrado às 7h, no horário local, e diariamente, baseado no lucro em relação ao valor no caixa há 24 horas. Lucros entre €100 e €500 passaram a ter 10% de desconto, subindo para 20% em valores acima de €500.
Isso causou um problema para os jogadores. Se alguém, por exemplo, ganha €100 em um dia e perde €100 no outro, sai sem lucro, mas paga o imposto referente ao dia positivo. No entanto, o sistema possui uma brecha. Os buy-ins dados pelos jogadores, mesmo que o torneio não tenha começado, são descontados no valor considerado para a taxação.
Por isso, os gregos usam a inscrição em torneios caros para evitar a taxação excessiva mascarando os resultados. Se alguém, por exemplo, venceu um torneio e terminou o dia com US$ 10 mil de lucro, precisa apenas dar US$ 10 mil em buy-ins de torneios antes das 7h, deixando o caixa com o mesmo valor do dia anterior. Passado o horário, é só cancelar as inscrições e receber o dinheiro novamente. Na edição passada do Sunday HR, por exemplo, apenas quatro entradas foram efetivamente jogadas por gregos (imagem acima).
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