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João Bauer - BSOP São Paulo
João Bauer - BSOP São Paulo

João Bauer jogou uma mão de destaque contra Benj Spragg, streamer do PokerStars, durante a mesa final do $109 Progressive Knockout. O clipe da jogada já possui mais de 3.000 visualizações no Twitch, e ganhou destaque aqui no SuperPoker.

Com a repercussão, a equipe SuperPoker entrou em contato com o craque goiano para saber mais sobre a mão. Além de revelar que segurava KJo, Bauer fez uma análise completa da jogada, em uma verdadeira aula de poker do Campeão Brasileiro de 2015.

Restavam apenas quatro jogadores no torneio, e Bauer era o primeiro a falar. Com um stack de 120 big blinds, o brasileirou abriu para 2.500, recebendo o call apenas de “Spraggy”. O flop trouxe T75 rainbow, e o goiano c-betou 3.750.

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“Eu c-beto um size alto”, contou Bauer. “Gosto de fazer esse size de cerca de 60% do pote pra tirar ele de algumas mãos como A8, por exemplo, alguns floats como QJ, por isso optei por um size mais alto flop do que um menor do que 50%.”

O turn foi um K de ouros, dando o top pair para o brasileiro e colocando duas cartas do naipe no board. Dessa vez, Bauer apostou 14.000, o tamanho do pote.

“Essa eu acho que é a street mais importante da mão”, revelou. “Foi um turn que bateu overcard, uma chance de flush draw, então sei que por ser esse tipo de carta, ele vai continuar com muitas coisas. Por exemplo, ele jamais foldaria no turn um T, então quando eu penso em extrair o máximo de um T ou um 7, essa é a street mais importante. Principalmente quando o board tem o T e o 7 sem ser de ouros, então ele tem combinações de flush draw no turn também. Optei por apostar pote, mas poderia até ter feito um pouco maior, porque é uma street que ele realmente vai continuar com um range grande.

Quando eu faço esse size mais alto turn, já estou construindo o pote para extrair tudo river. Depois de ter feito esse size de 14.000, o pote fica maior que o stack dele para trás, então isso é calculado no turn para que o pote esteja maior que o stack dele no river.”

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O river foi um A de copas, sem completar um possível flush. Com 42.000 no pote e 39.467 para trás, o streamer foi colocado em all in por Bauer, e acabou foldando sua mão, K9, e se salvando no torneio.

“O A é uma ‘scary card’ e eu sei que ele sabe disso”, contou o brasileiro. “Por ele ser um regular, sabe que por ser essa carta, eu vou acabar blefando muitas coisas nesse river, mas ele precisa entender meu range de blefe. Ele citou alguns na stream, falou que bloqueava as combinações de blefe com o 9, um dos motivos pelos quais ele foldou a mão. Nesse tipo de situação eu tenho um 86s, 64s, 98s, J8, J9, então esses seriam boa parte dos meus blefes, ou algum par como 66 ou 88, esse tipo de mãos.

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Pensando que eu tenho muitos blefes no meu range, acredito que eu preciso ter também algumas mãos que eu value beto sabendo que posso tomar call de mãos piores. Nesse turn, eu sempre faria esse size com qualquer K, mas talvez não value betaria todos os K no river, só o KJ ou KQ mesmo. Eu sei que ele é capaz de, às vezes, me pagar com um T, ou algum float de K. Então nesse river estou value betando a mão, indo all in para tomar call de mãos piores. Se tratando de bounty, também é importante pensar em jogar por stacks, por isso a manipulação do size turn para caber all in river.

Um ponto importante é que não é pelo fato de ter batido A river que eu vou deixar de value betar um segundo par como o KJ, por exemplo. Pensando que tem muitos poucos ases no range dele que chegam até o river, só um AT que ele resolveu não 3-betar pré-flop e jogou dessa forma, às vezes um A7 que não 3-betou também. Isso é um dos motivos que me influenciam a betar no river por valor o KJ.”

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