Para ser um profissional de poker, a pessoa passa por diversos desafios antes de entrar na mesa. O primeiro é de entender que provavelmente você terá alguns meses na carreira que irá perder dinheiro ao invés de ganhar, diferente da maioria das profissões, em que você já possui uma data pré-determinada para receber o salário.
Além disso, também terá que explicar para diversas pessoas o que é ser um profissional de poker. Nos dias atuais, a informação pode ser encontrada mais facilmente, mas nada melhor que a própria pessoa explicar os motivos que o levaram a essa decisão e quais são os desafios. Além do velho companheiro do poker, o preconceito. Sim, ele ainda existe.
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Ter o apoio da família é fundamental em qualquer carreira e no poker não é diferente. Receber o suporte de todos em seu entorno além de passar mais tranquilidade, dá mais confiança e motivação para enfrentar as longas horas de batalha mental.
O craque João Fera é profissional há quase uma década e sabe muito bem o quanto é fundamental o suporte. Nessa segunda-feira (12), o profissional conquistou a segunda maior premiação da carreira ao ser campeão do Evento #30-Medium e recebeu o prêmio de US$ 126.350,19, após um acordo no heads-up.
Em entrevista concedida à Victor Marques, Fera falou sobre mais um grande resultado na carreira, a grande batalha no heads-up e a relação da família com o poker. Confira:
Depois de tantos grandes resultados nos últimos tempos, você se sente numa espécie de “idade adulta” no poker?
Sim, me sinto! A experiência traz muitas coisas boas e acho essa uma boa definição. Hoje eu me sinto preparado pra grande maioria das situações que encontro tanto no poker live, quanto no online e isso está sendo refletido nos meus resultados. Eu sei que tenho muito a evoluir tecnicamente ainda, mas isso com certeza ajuda muito!
O heads-up foi bastante disputado e duradouro, como estavam os nervos?
Eu estava um pouco nervoso no heads-up. Comecei na frente e teve aquele momento que ele ficou com uma certa vantagem, então fiquei um pouco nervoso sim. Eu passei o dia todo com um sentimento muito forte que eu ia ganhar o torneio e estive muito tranquilo durante toda a trajetória no Dia 2, mas no HU fiquei um pouco nervoso sim.
Depois da cravada você ainda fez uma deep run em outro torneio, como é administrar a euforia e o profissionalismo?
Não é fácil, fiquei aéreo por algum tempo, mas depois consegui retomar o foco, afinal era um torneio bem importante também! Era um Main Event de série Galactic Series do PokerStars.es, e na questão financeira, pagava até mais pro campeão do que o outro que ganhei. Então tinha que manter o foco porque não é todo dia que você está na cara do gol de um torneio assim! Mas infelizmente nesse eu acabei em 12º.
Planos de comemoração?
No momento que estamos fazendo essa entrevista eu ja fiz uma comemoraçãozinha com meus amigos off poker, tomamos uma cervejas e etc. Depois tenho que marcar uma com a galera do poker e tem a da família também né! Já virou tradição fazer assim (risos).
Quais são seus novos objetivos daqui pra frente?
Meu objetivo é continuar evoluindo como jogador e como pessoa! É o que eu venho buscando. Se eu continuar assim os resultados vão continuar aparecendo. É consequência. Não mudei absolutamente nada no meu planejamento pro resto do ano.
Como é a relação da sua família com esses grandes resultados?
A melhor possível! Meus pais me ajudam muito com tudo relacionado ao poker que está no alcance deles. Então, quando tem esses grandes resultados eles ficam tão felizes quanto eu, é bem legal mesmo! O clima na casa fica até melhor (risos). Eles vivem comigo essas vitórias!
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