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John Hesp
John Hesp

O primeiro terço da mesa final da World Series of Poker foi inesquecível para quem assistiu. A série mundial está na sua 48ª edição e é muito possível que a pior jogada de todos os tempos de uma mesa final tenha acontecido nesta madrugada, mesmo com tanto avanço do poker nos últimos anos. O inglês John Hesp foi o grande protagonista.

Algumas ações rolaram antes dessa mão em especial. Os finalistas viram um dos principais nomes ser eliminado em questão de minutos. A segunda participação de Ben Lamb na mesa final da WSOP durou apenas quatro mãos. Jack Sinclair deu raise para 1.600.000 do botão com AQ e Lamb, do big blind, com A9, colocou todas as fichas no centro da mesa. Levou instacall e, dominado, deu adeus ao torneio.

Com cerca de duas horas de jogo, Scott Blumstein e John Hesp, que já eram os líderes, tinham ultrapassado a marca de 100 milhões de fichas, abrindo grande diferença para o resto dos jogadores. Em uma ação com direito a 4-bet do divertido “tiozão inglês”, Hesp abriu vantagem sobre Blumstein e chegou próximo à casa dos 130 milhões.

Antoine Saout conseguiu dobrar o stack e integrou a turma que possuía stacks medianos e curtos (Damian Salas, Dan Ott, Bryan Piccioli e Jack Sinclair). Eles jogaram de maneira tímida e ficaram praticamente o tempo todo variando o stack entre 10 milhões e 30 milhões de fichas, já com o blind marcando 500.000 / 1.000.000.

Quem aproveitou bem esse momento foi o francês Benjamin Pollak, que desgrudou desses jogadores e conseguiu se isolar em terceiro lugar após ganhar boas mãos. Quando Pollak crescia, eis que aconteceu a jogada estapafúrdia cometida por John Hesp, levando à loucura qualquer espectador que acompanhava a transmissão da mesa final.

Scott Blumstein

Hesp defendeu o big blind com AT após raise de Blumstein com AA para 2.300.000 fichas. O flop veio A57 rainbow e armou a confusão. Ambos pediram mesa e o baralho aprontou com um T no turn. Aí aconteceu. Trincado, Blumstein efetuou uma aposta para 3.000.000 e Hesp, com seus dois pares, aumentou para 7.000.000.

O americano de 25 anos não pensou por muito tempo e deu outra. Ele fez tudo para 17.000.000. John Hesp ficou abalado com a volta. Levantou da mesa e, perdido, não sabia o que fazer. Quando voltou para a cadeira, subitamente, antes de sentar por completo, ele simplesmente anunciou em alto e bom som ALL IN, do alto do seu stack de quase 100 milhões de fichas, contra o jogador que tinha a segunda maior pilha da mesa.

Blumstein não hesitou uma fração de segundo para efetuar o call, e já saiu comemorando pois já tinha vencido a mão no turn. Ele dobrou o stack de cerca de 75.000.000 e foi parar com 156.000.000, disparando totalmente na liderança. Hesp ainda sobrou com cerca de 24.000.000 e uma dor de cabeça daquelas.

O jogo prosseguiu e, por incrível que pareça, ficou bem travado. Blumstein não soube aproveitar o stack gigantesco e efetuou apenas um 3-bet após a épica mão. Deu tempo ainda do KJ de Jack Sinclair trombar de frente com o AA de Bryan Piccioli, em um “paradão” que o argentino Damian Salas milagrosamente foldou um AQ antes da ação de Piccioli. Jack Sinclair até viu um K no flop, mas caiu na oitava colocação.

O primeiro terço da mesa final estava programado para terminar com seis jogadores, mas a direção decidiu paralisar o torneio com sete. Eles retornam amanhã, novamente às 22 horas, com os blinds em 600.000 / 1.200.000 e antes de 200.000.

Confira como ficaram os stacks:

Scott Blumstein (EUA) – 178.300.000

Benjamin Pollak (França) – 77.525.000

Bryan Piccioli (EUA) – 35.750.000

Jonh Hesp (Reino Unido) – 22.475.000

Dan Ott (EUA) – 16.350.000

Damian Salas (Argentina) – 15.625.00

Antoine Saout (França) – 14.550.000

Jack Sinclair (Reino Unido) – US$ 1.200.000

Ben Lamb (EUA) – US$ 1.000.000

Ben Lamb durou apenas quatro mãos

O Bodog é o patrocinador oficial da cobertura do SuperPoker na World Series of Poker 2017