O nome é Kevin Jamie Legge, mas o galês de 44 anos, que mora no Brasil há quase 12, é mais conhecido como “Gringo”. Morador de Santa Rita do Sapucaí (MG), ele foi o criador do primeiro clube do PPPoker no Brasil, e nunca mais olhou para trás, sendo hoje um dos sócios da Liga SuperPoker. O primeiro contato com o esporte da mente veio ainda no País de Gales.
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Gringo começou a trabalhar meio período como barman e via toda sexta-feira um grupo de senhores jogar o tradicional 5-Card Draw. “Era realmente aquela visão antiquada de poker, todos fumando, copos pesados de uísque, em um cantinho pouco iluminado”, relembra Kevin. “Não tinha muito papo, todos bastante sérios e concentrados. Eu fiquei vidrado na concentração deles, vi a vibração de um deles quando puxou um pote, isso realmente me cativou. Eu sabia que queria aprender tudo sobre poker”.
No entanto, vieram a faculdade e o trabalho, e o galês apenas começou a realmente praticar o jogo após sua vinda para o Brasil, enfrentando amigos de sua cidade em um mesa semanal. “Isso foi há 10 anos, e desde então o poker é parte integral da minha vida”, contou. Ao perceber que muitos não conseguiam comparecer ao jogo semanal por terem outros compromissos, Gringo teve a ideia de criar um home game em uma plataforma online. “Isso nasceu para atender as necessidades dos jogos aqui na minha cidade, para podermos jogar de casa, mais de uma vez por semana.”
O primeiro clube do PPPoker no Brasil
Dois amigos de uma cidade vizinha seguiram pelo mesmo caminho, mas com a intenção de monetizar o jogo. Após a saída de um deles, Kevin pediu para ser o administrador. “Eles aceitaram e ali eu percebi que precisava profissionalizar um pouco, e assim nasceu o The Deck Poker Club.” Em novembro de 2017, o clube foi migrado para o PPPoker, sendo o primeiro do aplicativo no Brasil. No início, o galês precisou se esforçar para que as pessoas se adaptassem à nova plataforma.
“Era a primeira vez que eles jogavam em um aplicativo de tela vertical, primeira vez que recebiam fichas em valor de real e não dólar, tinha vários obstáculos”, relembrou. “Questões de jogabilidade, de segurança, então passamos de dois a três meses na luta para convencer as pessoas, mas eu já tinha percebido que isso ia revolucionar o mundo do poker aqui no Brasil, como aconteceu”. O clube atingiu a capacidade máxima de jogadores no aplicativo na época, levando à criação do The Deck 2.0. Com o constante crescimento, Kevin conversou com os chineses representantes do aplicativo sobre a possibilidade de criar ligas.
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“Criamos a primeira liga por necessidade de espaço, porque muitos dos meus jogadores queriam ter seus próprios clubes, eu ajudei muitos deles com isso”, explicou. Em 2018 e 2019, o PPPoker explodiu no Brasil, com a criação de centenas de clubes e dezenas de ligas. Em um momento marcado por fusões de ligas, Kevin decidiu por trazer a sua para a Liga SuperPoker. “Todas as ligas estavam fazendo fusão atrás de fusão para tentar ser a maior do Brasil”, contou. “Tomamos a decisão de pegar os 20 clubes que tínhamos e trazer para a Liga SuperPoker, onde permanecemos como parceiros fiéis”.
De um home game à Liga SuperPoker
Quando vê tudo que conquistou após ter iniciado apenas com um home game entre amigos, Gringo mal acredita. “Às vezes preciso me beliscar para ter certeza que não é sonho”, brincou. “O que começou como hobby virou empreendedorismo, pioneirismo, reputação, até um tanto de fama. Agora tenho parceria, colaboração e fidelidade de pessoas gigantes no mundo do poker no Brasil, que são responsáveis por essa linda história do poker aqui. Pessoas que lutaram há 10, 15 anos, para tirar o poker daquele mundo escuro, de jogo de azar, para um esporte reconhecido mundialmente como de habilidade.”
Hoje, a adminstração consome bastante tempo do galês, mas traz uma satisfação ainda maior. “Eu participo todos os dias em telefonemas e reuniões com figuras gigantescas no mundo do poker, campeões mundiais de poker, presidentes de federações e confederações de poker, pessoas que trabalham na mídia, então me sinto abençoado em falar que faço parte de tudo isso”, comemorou. “Essa jornada foi iniciada há muito tempo e fui acolhido por essas pessoas que tem o objetivo de transformar o poker no esporte mais jogado aqui no Brasil. Fico extrememante feliz de compartilhar o sonho deles e farei o meu máximo para ajudá-los a conseguir seus objetivos o quanto antes.”
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Os compromissos profissionais e com a família não permitem que ele pratique muito tempo o jogo, até por não ter o tempo para buscar o estudo e dedicação necessários. “Minha paixão está realmente na administração, estou ciente que o jogo exige discplina, estudos, dedicação”, contou. No entanto, Gringo mantém um grande orgulho como jogador, ainda da época do pequeno home game. “Tínhamos campeonatos mensais, com troféus, e eu tenho mais troféu que qualquer outro jogador durante os 2 anos e meio que fizemos”, conta orgulhoso. “Teve um jogador fenômeno que ficou com um a menos que eu. Até hoje todos brincam que fiz a conta errada, que são troféus que eu comprei, não ganhei (risos).”
Futuro brilhante
A perspectiva daqui para frente, segundo Kevin, é de seguir revolucionando o mercado do poker brasileiro. “Quando penso nas pessoas que estão por trás da Liga SuperPoker e onde elas se encaixam no mercado, além da história do poker aqui no Brasil, consigo enxergar apenas sucesso. O mercado de PPPoker não é fácil, o mundo do poker online está passando por uma revolução que nunca experienciou antes. Estamos realmente vivendo uma fase inédita e ninguém tem bola de cristal para ver o futuro, mas quando voltamos ao normal e o mercado voltar para a nova realidade, tenho certeza absoluta que a Liga SuperPoker e as pessoas por trás disso estarão no topo do mercado.”
Para mais informações, acesse o site oficial da Liga SuperPoker.
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