Assim como na maioria dos esportes, no poker dificilmente quem não é campeão dos grandes eventos acaba sendo lembrado. São casos raros em que o jogador acaba se destacando, mesmo não levando o título.
Em outros acontecimentos, uma “trave” pode ser o início de uma grande jornada, o trampolim para saltos maiores. Um dos grandes exemplos disso, é o craque Luiz Duarte, que possui um respeitado currículo no circuito live online.
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Hoje, o profissional além de ser um dos jogadores mais respeitados do circuito, possui um currículo para ninguém colocar defeito. São mais de US$ 1,2 milhão em premiação no circuito live, segundo o site HendonMob, colocando-o entre os dez jogadores mais premiados do país.
Quem assiste o sucesso de Luiz hoje, não imagina que o início da carreira foi complicado e que o BSOP Millions de 2014 foi crucial na trajetório. No Main Event daquele ano, o jogador alcançou o segundo lugar e o gigantesco prêmio de R$ 710.000, após um acordo no 3-handed.
Antes de alcançar o feito, o profissional lidou com as incertezas da carreira e dividia a paixão pelo poker com o trabalho e a faculdade de engenharia civil. “Todo tempo livre que eu tinha, eu reservava para estudar poker. Era apenas um aspirante a profissional, tinha esse sonho, mas era distante, por todos esses compromissos. Lembro também que toda terça-feira eu jogava um home game no restaurante Villa Poma, um pessoal que também contribuiu e muito com a minha evolução”, recordou.
Além da agenda lotada, Luiz ainda enfrentava o receio da família com o jogo. Apesar do pai, Luiz Ferreira, também jogar poker, existia o medo do filho não obter sucesso nesse meio. “Ele sabia que eu já tinha conquistado alguns resultados no online, mas ele não tinha o conhecimento aprofundado no tema, não gostava que eu ficava constantemente jogando”, contou.
Apesar da desconfiança, o pai de Luiz o apoiou a jogar um grande evento de poker. Nas primeiras etapas do BSOP, não obteve sucesso, até que veio o Millions de 2014. “Lembro como se fosse ontem, tentando aplicar o pouco que eu sabia, que na época eu achava que era bastante”.
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Luiz avançou para o Dia 2 com pouco menos de 20 big blinds. As coisas não começaram muito bem, além de chegar atrasado para o segundo dia de disputa, logo na primeira mão que disputou, acabou perdendo com par de às e ficando com apenas três big blinds.
A partir desta sequência negativa, as coisas começaram a dar certo para Luiz, que foi avançando de dia e chegou na mesa final como chip leader. “Eu não estava consciente da magnitude do torneio, era um sonho, pois todo tempo livre assistia reprise de WSOP e, principalmente, do BSOP. Sempre quis estar lá, era o sonho se concretizando, mas no momento, você não consegue parar para sentir tudo isso, pois você tem que estar concentrado em tomar as melhores decisões”.
Luiz começou a entender melhor e assimilar o que estava acontecendo na noite anterior ao dia final. “Eu não posso falar pra você que dormi aquela noite, foi um cochilo de apenas duas horas. Já levantei nervoso, foi aí que veio o choque de realidade que estava na mesa final de um BSOP Millions”.
Chegando na grande decisão, o jovem mesmo inexperiente não deixou a ansiedade tomar conta. “O frio na barriga durou até o início da decisão, depois que o jogo iniciou foi tranquilo”, revelou e continuou. “A mesa final estava duríssima, tinha o Gleidibe Brito, que hoje é um dos meus melhores amigos no poker, conheci ele naquele torneio, me deu um baita trabalho. Estava tranquilo e confiante, mas não estava confortável, pois em vários momentos, meus adversários me colocaram em situações desconfortável”.
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No heads-up, o adversário foi Wilson Calixto. Luiz avaliou o confronto. “Ele me deu muito trabalho, jogou super bem e mereceu a vitória, pois jogou melhor do que eu. Eu acho que fiz uma grande mesa final, mas no heads-up acabei pecando”.
O jogador relembrou um momento marcante antes de iniciar o torneio, com a então namorada, hoje esposa, Carolina Rossetto. “Conforme a disputa ia afunilando, ela era a pessoa que mais me dava força e me apoiava. Foi muito legal viver todo esse momento ao lado dela, mas antes de começar nós conversamos e sabíamos que essa era a oportunidade que eu precisava, em chegar longe, poder focar no poker e convencer minha família”.
Com o resultado, o apoio da família veio. “Eu conversei com meu pai e ele disse ‘vamos tentar’”, relembrou. Com essa segurança, a carreira de Luiz deslanchou, no ano seguinte foi campeão Paulista de Poker e desde então, foram mais de US$ 1 milhão conquistados.
Luiz Duarte aproveitou o momento para agradecer jogadores que o acompanharam no início da caminhada. “Tiveram pessoas muito especiais no início, que joguei junto como o Gabriel Borges, Adilson Siriani, Hathos Rildo, Luís Henrique e Eduardo Silva, o ‘Eduardo850’ do online”.
Sobre a expectativa em relação ao BSOP Millions 2019, o jogador esbanjou confiança. “O Millions é o maior evento de poker da América Latina, um dos maiores do mundo. a expectativa não poderia ser outra a não ser as melhores possíveis. A gente conta os dias para chegar, estou me preparando bastante e espero sair com o título dessa vez. A grade tá pronta, priorizando os torneios de NL Hold’em”.
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