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Bernardo Rocha. Se você não conhecia esse nome, agora vai ver constantemente. Ele é o novo dono da maior premiação da história do poker brasileiro em torneios online. Jogador profissional, o gaúcho tirou Yuri Martins (theNERDguy) do topo dessa lista na última terça-feira (26), ao ficar na terceira colocação do Main Event do WCOOP.

“Machadada RS”, como joga no online, brilhou intensamente no torneio mais visado e importante do ano no cenário online. Ele passou por cima do field de 2.183 jogadores, composto com a nata do poker mundial, e só parou quando foi eliminado em 3º lugar. O prêmio de US$ 848.015 foi a recompensa de tamanha façanha.

O valor superou com certa folga o antigo recorde, que era de US$ 708.251. O ano de 2017 começou animador para o jogador do BediasPoker, onde também é instrutor. Ele foi campeão no TCOOP e levou US$ 43.000. Naquela época, em entrevista para o SuperPoker, ele disse: “Meu sonho como jogador é chegar ao nível mais alto em MTTs online, não em relação a premiações, mas sim tecnicamente”.

Bernardo Rocha tem seis anos de poker e há quatro é profissional. Jogando um poker de alto nível e agora na história do poker brasileiro em premiações, o gaúcho deu nova entrevista para o SuperPoker depois de realizar essa façanha gigantesca no WCOOP. Confira:

SuperPoker: Já caiu a ficha desse resultado?

BR: Na verdade ainda está caindo (risos). Sempre esperei vencer alguns grandes torneios regulares, como Sunday Million, Super Tuesday, etc. Mas realmente não esperava ter tido um resultado tão expressivo como esse.

SuperPoker: Como que foi a reação da sua família e amigos?

BR: Pra ser sincero, meus familiares (tirando meu irmão que também joga no time) ficaram sabendo apenas quando o torneio havia acabado. Nos 24 dias de série, estava completamente focado em dar meu melhor e jogar em alto nível que acabei não avisando ninguém antes… E claro, ficaram super felizes e impressionados com tal resultado.

SuperPoker: Qual a linha de estratégia que você adotou na mesa final?

BR: A estratégia foi basicamente jogar levando em consideração o ICM, que era gigantesco, garimpando payjumps, que eram realmente grandes.

SuperPoker: Você faz parte do Bedias team. Qual a importância do time e dele mesmo nessa façanha?

BR: A importância do time nessa conquista foi gigantesca, em todos os sentidos, pois hoje sou quem sou por ter o privilégio de conviver com todos desse time e cada um deles tem parte nessa conquista! E claro, a importância do Bedias foi fundamental. A convivência com ele quase que diariamente (temos um escritório comercial de onde jogamos há mais de 4 anos), discutindo mãos, estratégias, linhas de raciocínio, me mantiveram atualizado ao longo do tempo e me deixaram pronto para conseguir algo desse nível, onde nunca imaginaria chegar.

SuperPoker: Teve algum ponto chave ao longo dos três dias do torneio?

BR: Na verdade teve uma mão que acredito ter sido o ponto de partida, a qual se não estivesse mentalmente preparado, definitivamente não teria chegado. O torneio estava uns 100 left e teve um KK vs AK em que fui de all in pré-flop e acabei perdendo com um A no river, e era um pote para virar Top 3 naquela hora. Porém, antes de iniciar a série, tivemos um coach focado exclusivamente na preparação mental para tal, onde foram abordados diversos assuntos, entre eles alguns que conseguiram me fazer superar com tranquilidade situações negativas como essa, que fazem parte do jogo, e seguir jogando tranquilo. Meu pensamento antes de iniciar o torneio, era que, independentemente do que acontecesse, nada iria me abalar, e nesse sentido, após essa mão, minha confiança incrivelmente aumentou.

SuperPoker: Fique à vontade para fazer agradecimentos

BR: Bom, primeiramente agradeço ao universo por ter “hitado” algo tão grande. As pessoas costumam reconhecer apenas os resultados, e eu tive o privilégio de ter tido um gigantesco, porém existem diversos jogadores que estão na luta há tanto tempo e estão tão ou até mais preparados do que eu para um momento como esse. Também agradeço a minha mãe, meu pai e toda a minha família, por terem me dado a base para me tornar o ser humano que sou hoje. Agradeço a todos, mas absolutamente todos que fazem ou fizeram parte desse time, pois sem eles não seria 1% do que sou hoje. Ao Bedias, ao Gregor, ao Léo por sempre terem me apoiado e acreditado no meu potencial, mesmo nos momentos ruins. Ao meu irmão Machadinha, o qual tem um conhecimento teórico absolutamente gigante e também foi um dos grandes responsáveis diretos pela minha evolução ao longo desses anos. Ao pessoal que joga no escritório: Guga, Muca, Amaral; aos que moram perto e aparecem de vez em quando: Aguiar, Arthur, Maurício, e que proporcionam um ambiente extremamente agradável e harmonioso.  Agradeço também aos coachs de fora, G90, João, Die Ventura (que nos deu o coach de preparação para a série e foi fundamental para meu preparo mental); gostaria também de deixar não um agradecimento, mas sim os parabéns ao Cavalito (Alexandre Mantovani), que jogou muito bem e alto nível, não só na FT mas toda a reta final, e também colocou o nome do Brasil na história! E agradecer a todos os amigos que estavam na torcida, transmitindo energia positiva para essa conquista.