O mais recente viral das redes sociais é o “10 Year Challenge”, ou “Desafio dos 10 anos”, no qual as pessoas publicaram uma foto atual e uma de 2019, mostrando o quanto mudaram na última década. Enquanto o tempo parece maltratar alguns, outros aparentam ser como vinho, melhorando a cada ano que passa.
No caso do poker brasileiro, não há dúvida. Nos últimos anos, o esporte da mente evoluiu em ritmo acelerado, superou parte do preconceito sofrido pela sociedade e trouxe para as mesas grandes nomes do esporte, da música, da atuação e outras áreas, dando mais credibilidade a um jogo antes visto como um destruidor de famílias.
Talvez o exemplo mais claro do crescimento do poker sejam os números das etapas do BSOP. Em 2008, a maior etapa da temporada foi em Brasília, que recebeu 141 entradas de R$ 100 mil, para um prize pool total de quase R$ 120 mil. Três etapas daquele ano, incluindo a de estreia, em São Paulo, não chegaram sequer a 100 entradas. Nas 10 etapas, incluindo o Torneio dos Campeões, o valor total distribuído foi de quase R$ 1 milhão.
Para efeito de comparação, o torneio Start-Up do BSOP Millions 2018 distribuiu R$ 2.280.410. Um torneio, de uma das etapas, arrecadou mais do que o dobro de toda a premiação paga durante a temporada 2008. Durante todo o ano passado, foram mais de R$ 50 milhões distribuídos nos eventos do Campeonato Brasileiro de Poker, mais de R$ 9 milhões apenas no Main Event do Millions, que recebeu 3.230 entradas.
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Além do cenário nacional, no circuito mundial a imagem dos brasileiros era muito diferente. Em 2008, Alexandre Gomes conquistou o primeiro bracelete verde e amarelo, com a segunda joia vindo apenas em 2011 com o título de André Akkari, enquanto hoje já são quatro conquistas, somando as de Thiago Decano e Roberly Felício. Ao contrário do que aconteceu, por exemplo, no PokerStars Players Championship, que recebeu dezenas de brasileiros, eram raros os jogadores do país que se aventuravam nas mesas estrangeiras. Até 2009, eram três mesas finais brasileiras na WSOP, número que chega a 43 FTs atualmente.
Participar de eventos High Roller, então, com buy-in de US$ 25 mil ou mais, era algo inimaginável. No ano passado, para comparação, João Simão terminou no top 100 de jogadores mais premiados, conquistando quatro prêmios de seis dígitos em torneio de buy-in de até € 50.000. Mesmo em território verde e amarelo, o jogo chegou até buy-ins como os R$ 15 mil do Super High Roller do BSOP Millions.
Hoje, é impossível negar que o Brasil é uma das principais potências do poker mundial. No online, o país terminou na liderança do ranking de países do WCOOP, principal série dos feltros virtuais, e segue conquistando bons resultados semanalmente. Já são 41 títulos do Sunday Million, principal torneio semanal do online, contra apenas um título até o fim de 2008, que rendeu US$ 152.000, maior forra de um brasileiro até aquele momento. Atualmente, o top 10 de premiações tupiniquins no online começa com os US$ 356.965 embolsados por Thiago Crema e chega até os US$ 960.000 de Luiz Felipe Taveira.
Nas primeiras temporadas do BSOP, existiam participantes que se identificavam apenas através de apelidos para evitar ter seu nome ligado ao poker. Dez anos depois, o maior esportista do Brasil na atualidade e principal celebridade do país, Neymar, participou de etapas do BSOP e atraiu diversas mídias para o torneio. Além de mostrar que o esporte da mente é divertido, a presença do craque deixou claro mais uma vez que o jogo é praticado de forma legal e com um nível de organização impressionante, empregando milhares de pessoas direta e indiretamente.
O melhor de tudo issoé que a expectativa para os 10 anos é ainda melhor! Afinal, o Brasil é o lar dos maiores times de poker do mundo, tem diversos profissionais produzindo conteúdo técnico de qualidade e ainda possui o maior circuito de poker do hemisfério sul, batendo recordes a cada ano.
Agora, é a hora de dar um pouco de risada conferindo a mudança na aparência de vários craques brasileiros neste período. Será que o pessoal está melhor hoje?
André Akkari
Alexandre Gomes
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O cabelo se foi… mas a cara de desconfiado continua a mesma! ??#10yearchallenge #10yearschallenge
Felipe Mojave
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Thiago Crema, Rafael Moraes, Will Arruda e Marcos Sketch
Bruno Foster
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Kkkkkkkk 10 anos atrás junto de 20kg atrás tb hauahuaauua @annegrayceverissimo #10yearschallenge