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Luca Pastore e Fernando Pastore no EPT Barcelona
Luca Pastore e Fernando Pastore no EPT Barcelona

Quando começa o PokerStars European Poker Tour Barcelona, já sabemos que grandes nomes do poker mundial estarão presentes, que a cidade nos oferece praia, comida boa, lugares fantásticos e que haverá uma invasão brasileira no local.

Entre os que deixam a terra brasilis para vir à Catalunha, aparecem em mais número os jogadores profissionais. O reg antes de tudo é um forte. Encara um EPT com o euro valorizadíssimo perante o real, as passagens caras, a distância, a falta de garantia de uma internet boa para grindar e a pouca amostragem de torneios. Não é fácil, mas buscar a glória no Velho Continente é algo que está entronizado entre nossos melhores jogadores, e assim que tem de ser.

Claro que os regs não são os únicos a se despacharem do Brasil para cá. Barcelona oferece bastante opção para quem quer jogar, mas também é ótimo passar pelo Park Guell, a igreja La Sagrada Família, Las Ramblas e no fabuloso Mercat La Boqueria, uma espécie de Mercadão Municipal, em São Paulo. O sol, as praias, a pluralidade cultural e as baladas tornam a viagem ainda mais interessante.

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Na busca por um jogador recreacional para ilustrar essa matéria, acabei encontrando dois. Fernando Sérgio Pastore, 54, paulistano, empresário do setor de confecção é figurinha carimbada no célebre torneio do Boteco do Tonico, na região central de São Paulo (SP). Sua relação com o poker, no entanto, supera os 30 anos, como ele diz: “Nós estamos na terceira geração de jogadores da família. Minha mãe Marlene Pastore joga, eu e meu irmão jogamos e agora o meu filho também”. De fato, este repórter já viu – e jogou – com os famosos irmãos gêmeos Pastore, desde os primórdios do poker, lá em 2005 e também foi apresentado à matriarca, que estava em ação nas mesas do mesmo Boteco do Tonico pouco antes dessa viagem.

O filho de Fernando, o estudante de administração Luca Russo Pastore, 20, é exatamente o segundo personagem da história. Sem decepcionar a tradição da família, o garoto tinha apenas 7 anos quando o poker começou a se popularizar no Brasil. Com toda a tradição familiar, e sem preconceitos bobos, Luca entrou com tudo no poker. “Gosto do poker como hobby, para me divertir. Meu pai me ensinou e me colocou no mundo do poker e eu ainda estudei um pouco mais do que ele, que gosta de jogar num estilo mais solto”. Parceiro de viagens do pai, principalmente para Punta del Este, o jovem já se considera experiente, tendo jogado várias etapas do BSOP. O poker não é uma unanimidade entre os amigos de Luca. “Alguns gostam, acham legal, outros acham que é coisa de cassino, jogo de azar”, o pai responde prontamente. “Manda todos para aquele lugar…”.

Durante os torneios, naturalmente, os dois torcem – e sofrem – um pelo outro. Para Fernando, quem tem que fazer bonito é o filho. “A gente torce muito. Eu gostaria muito que ele se desse bem, mais do que eu, que já passei um pouco da fase, mas eu gostaria que ele se destacasse um pouco mais”, já Luca revela cuidados especiais com o estilo mais descontraído do pai na mesa. “Sempre torço para ele, claro. E eu acompanho um pouco mais, conheço mais o pessoal frequente, sei como a galera joga. E ele, não, ele entra lá, cada um é qualquer um e eu tento ajudar, explicando como cada um joga, e ele não quer saber muito”, nisso, Fernando interrompe concordando, mas deixando claro que o seu estilo é vencedor. “O pessoal do boteco (do Tonico) diz que eu sou meio doido, mas esse ano eu já faturei 4 torneios”, disse às gargalhadas.

Com o objetivo de fazer amizades, se divertir e conhecer o mundo, Barcelona parece o lugar ideal para pai e filho estarem juntos e aproveitarem a vida. Com o poker no meio disso tudo, fica ainda melhor. Acabamos rápido a entrevista, pois eu não atrapalharia um almoço, que seria no famoso restaurante Boca Grande, um clássico em Barcelona, isso depois de terem jogado blackjack juntos no cassino. Em meio a tantas histórias de desaprovação dos pais em relação ao poker, o que deve ser sempre combatido com calma e informação, fica a história de Fernando e Luca para ilustrar que nem sempre é assim.

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