Imagine um cenário onde algum membro da família ensine você a jogar poker desde pequeno. Pode ter certeza de que muitos craques que arrebentam pelo mundo começaram carreiras assim: praticando desde a adolescência. Esse hábito é comum no exterior, principalmente nos Estados Unidos. Agora também começa a ser no Brasil.
A nova história que o SuperPoker vai contar é exatamente sobre um caso desse tipo. A relação de um pai com uma filha que começa a trilhar um caminho de sucesso no esporte da mente com apenas 18 anos. Um pai, apaixonado pelo poker, que incentivou a própria filha adolescente a praticar. A jogar. A seguir carreira. Uma “passagem de bastão” importante para o futuro do poker no país.
Rogério Kurtz é esse pai apaixonado pelo poker. Ele mesmo conta: “Comecei a jogar em 2008. Lembro que participava do ranking do SuperPoker direto. Minha meta era sempre tentar ficar entre os 50 melhores. Lembranças boas. Hoje só acompanho as notícias.”, contou. Mas não foi apenas isso que Rogério fez.
Morador da pequena cidade de Quinze de Novembro/RS, o pai fez questão de passar o amor que tinha pelo poker para a filha Bruna, hoje com 18 anos.
“Meu pai me ensinou a jogar poker quando eu era pequena, apesar de o jogo não ser nem muito conhecido, nem valorizado na minha cidade. Naquela época, eu jogava no Everest Poker (site). Quando eu cheguei em 3 dólares ele me deixou jogar um torneio de 1 dólar. Fui campeã e transformei essa quantia em 100 dólares. Desde então me encantei com o poker, pela matemática, lógica e estratégia.”, disse Bruna.
Rogério viu talento na filha e deu um “empurrãozinho” importante para ela ter sequência. “Ela demonstrava interesse em aprender poker desde nova, então quando eu assinei sites de poker ela acompanhava as aulas. Até que um dia fomos a Pelotas fazer um curso presencial com o Thiago Grigoletti e o Gremista (Gustavo Pinto). Depois me inscrevi no Step Team e fizemos todas as aulas juntos”, lembrou o pai.
A projeção deu certo. Bruna completou 18 anos em março, criou uma conta no PokerStars e passou a jogar para o Step Team. Pilotando a conta “Cigana#13”, ela conseguiu imprimir um grande volume de jogo em poucos meses. Por exemplo, em maio, a jovem conseguiu fazer 840 jogos no site e obter um lucro acima de US$ 4.000.
O crescimento no jogo – e no time – levou pai e filha a tomarem uma decisão em conjunto. “Meu pai é quem mais me incentiva, me ajudou a tomar uma decisão importante nesse período. Como acreditamos no poker como uma profissão, decidimos que eu vou trancar a matrícula no curso de Engenharia Civil. Pretendo continuar me dedicando ao jogo, seguir fazendo volume e atingir ótimos resultados. Tenho que optar pelo crescimento que o Step Team está me oferecendo”, pontuou Bruna.
Aos 18 anos, Bruna é o orgulho do “pai coruja”. “Como eu acompanho poker há anos, para mim é uma alegria enorme ver minha filha já se destacando nos micro limites. Ela tem apoio total da família, pois sabemos que ela está no caminho certo”.
Tomar decisões em encruzilhadas relativas à carreira, ainda na adolescência, é sempre muito difícil. O incentivo de um pai como Rogério Kurtz pode ser o diferencial, aquela porta difícil que se abre para o surgimento de, quem sabe, uma grande jogadora de poker.