Campeão do Main Event do BSOP Millions 2017, Saulo Sabioni está firme na missão de construir um currículo cada vez melhor no poker. Na primeira etapa do BSOP, em São Paulo, ele começou o ano com o pé direito, vencendo o complicado 6-Handed Turbo Knockout. Na última aventura, o profissional fez sua estreia nos feltros europeus, participando do EPT Sochi, a reestreia do prestigiado circuito.
Com o pacote conquistado por apenas US$ 5 nos satélites online do PokerStars, ele foi o único brasileiro a entrar ITM no Main Event, caindo na 59ª posição para faturar cerca de US$ 7.200. Mais do que o dinheiro embolsado, valeu a experiência de jogar uma das principais séries do mundo, sair premiado e ainda ver de perto o field russo, tão famoso no poker online.
Em entrevista exclusiva ao SuperPoker, o sul-mato-grossense foi só elogios à estrutura, tanto do torneio quanto do Casino Sochi. Além disso, destacou o nível do field do país e ainda revelou uma gafe hilária que cometeu com um brasileiro. Confira.
Foi sua primeira vez jogando poker tão longe de casa? Como foi a experiência?
Eu jogo bastante na América do Sul, mas na Europa nunca tinha vindo, foi a primeira vez. É muito longe, especificamente a Rússia é mais longe ainda, mas a experiência foi incrível. O país é maravilhoso, a cidade de Sochi é linda, as estações de esqui, as montanhas, o passeio, são muito legais. O cassino também é muito lindo, foi uma experiência que eu nunca vou esquecer esse EPT Sochi.
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Como você avalia o field, em sua grande maioria composto por russos?
O field foi minha grande surpresa. Eu esperava encontrar um field totalmente diferente do que encontrei, até pelo que vejo dos russos nas plataformas de poker online. Fui surpreendido por um field bem paciente, conservador. Acredito que os recreativos da Europa são melhores que os recreativos do Brasil, isso me surpreendeu muito, o nível de jogo europeu está realmente alguns níveis acima do brasileiro.
O que achou da estrutura do Casino Sochi?
O cassino é maravilhoso e a estrutura do torneio melhor ainda, principalmente depois do Dia 2. Foi a primeira vez que joguei um torneio com 90 minutos de blind, onde se joga cinco níveis por dia a partir do Dia 2. Isso torna o jogo menos cansativo, onde você consegue dar o seu melhor e nas útimas horas do jogo você ainda está no A-game. O PokerStars está de parabéns pela estrutura.
Como avalia sua participação nos torneios?
Fico muito feliz com o meu desempenho, principalmente no Main Event, onde caí em 59º. Realmente é uma reta de muito respeito, estou muito feliz com os meus últimos resultados e esse último tem só a acrescentar na minha carreira. É uma coisa que vai ficar marcada para mim, no meu primeiro EPT ficar entre os 60 melhores. Apesar de não ter conseguido fazer muita coisa nos eventos paralelos, eu nem joguei muitos, pois preferi fazer alguns passeios e curtir também a viagem. O foco mesmo era o Main Event, que é um buy-in bem diferente do que eu estou acostumado a jogar, eu satelitei por US$ 5 e consegui uma premiação de US$ 7.200. Financeiramente foi interessante, mas mais do que isso, pela experiência e ter realmente colocado no meu currículo um 60 left de EPT, foi o que mais agregou e mais me deixa feliz.
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Passou por algum episódio engraçado/curioso aí na Rússia?
Aconteceu um episódio bem engraçado. No Dia 1A do Main Event eu estava sentado muito próximo do Guilherme Dutra, não estávamos na mesma mesa, mas em assentos quase colados um do lado do outro. A gente ficava conversando o tempo todo quando não estávamos na mão, e tinha um jogador que eu considerava ruim na minha mesa. Eu falei na brincadeira ‘esse cara joga mal, vou pegar ele daqui a pouco’, e contava as paradas que o cara fazia, as loucuras, e o Guilherme dava risada. O cara estava próximo, mas a gente falava em português e na Rússia não falam nem inglês quase, então estávamos tranquilos que não iam entender português nunca.
Acabou que o jogador foi all in e outro cara deu call. Ele tinha Q4, o cara tinha AK, daí ele levanta na hora do showdown e começa a gritar “vamos, daminha!”. Ele era brasileiro (risos)! Eu não fazia ideia disso, acho que tinha quatro ou cinco brasileiros e um deles era esse cara, e eu falando mal do jogo dele, falando que ia pegar as fichas dele, e ele era brasileiro (risos). Ele perdeu e eu fiquei com muita vergonha, mas depois a gente conversou normalmente, apesar de não comentarmos o episódio.
Pretende participar de mais eventos no exterior após essa experiência?
Sim, pretendo jogar o máximo de etapas fora do país que eu conseguir. Neste ano, eu e o Lincon Freitas, meu sócio no Suits Poker Team, fizemos um planejamento sobre toda a estrutura do time, para cada jogador, e o meu objetivo realmente é correr o máximo de etapas ao vivo que eu conseguir. Então eu vou fazer o melhor para conciliar um pouco do poker online, um pouco das aulas que damos para o time, com a minha família, e ao mesmo tempo conseguir essas etapas fora do país também.
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