No começo do ano, o mundo do poker sofreu uma perda com o anúncio da aposentadoria de Jason Mercier. O motivo, no entanto, foi mais do que nobre: após o nascimento do filho, Marco, o americano decidiu que queria passar mais tempo com a sua família, ao invés de continuar viajando o mundo atrás dos grandes prêmios.
Durante a carreira, Mercier somou mais de US$ 18,7 milhões em premiações ao vivo, segundo o HendonMob, incluindo cinco braceletes da WSOP. O maior prêmio veio pela segunda colocação em um High Roller de US$ 100 mil em 2014, pelo qual o jogador da Flórida faturou US$ 1.622.181.
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Após um ano praticamente sem jogar, em que acrescentou apenas um ITM de US$ 7.298 ao currículo, o profissional está matando a saudade na WSOP 2018. A volta já começou de forma positiva, com a 14ª colocação no Evento #5 (US$ 100.000 NLH High Roller) rendendo um prêmio de US$ 174.190.
A WSOP não traz boas lembranças apenas pelos prêmios e braceletes conquistados pelo americano. Em 2016, ele protagonizou uma das cenas mais emocionantes daquela edição ao pedir sua então namorada, Natasha Barbour, em casamento após a eliminação dela em uma mesa final.
Em entrevista ao SuperPoker, Mercier falou sobre a vida de pai, o crescimento dos High Rollers no circuito mundial
Como está sendo a vida de pai?
É ótimo, não existe nada mais recompensador do que ter um filho.
Sentiu falta do poker durante esse tempo?
Agora não, porque estou jogando, mas durante o último ano eu não joguei muito, apenas alguns torneios na Flórida, não viajei para jogar. Eu definitivamente senti falta e é bom estar de volta.
A cada dia vemos mais High Rollers e torneios mais caros. O que isso significa para o mercado?
Não tenho certeza, para ser honesto. Isso apela para um novo mercado, existem muitos empresários que gostam de jogar poker, mas não querem jogar por longos período e gostam de disputar grandes prêmios. Então muitos profissionais procuram formas de juntar dinheiro para poder jogar esses high stakes.
O que você acha da grande fase de Justin Bonomo?
Justin está em uma sequência incrível. É uma daquelas situações em que um jogador está confiante e parece não perder nenhum pote. Ele está tendo um grande ano, assim como Stephen Chidwick e Jason Koon, são os três de maior destaque no momento.
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O fato de muitos jogadores venderem ação para esses torneios muda a dinâmica do jogo?
Muda um pouco, caras que têm uma pequena porcentagem de si mesmos e também uma porcentagem de outros jogadores podem acabar mudando suas decisões na mesa. Eu tento não deixar isso me afetar e ter apenas pequenas porcentagens de outras pessoas para que não influencie minhas decisões.
Sei que existe uma pequena rivalidade entre alemães e americanos, quem você acha que está ganhando a briga?
Eu acho que os alemães estão ganhando no momento(risos), eles estão em uma sequência boa recentemente e existem muitos alemães, especialmente nesse field. Uma mesa minha [no Evento #5] foi com Paul Volpe e outros cinco alemães, então tivemos que eliminar alguns deles para equilibrar (risos).
Quão importante é a confiança para um jogador de poker?
Eu acho que confiança é um dos fatores chave em ter uma boa performance. Um jogador que tem dúvidas sobre suas decisões está mais propenso a cometer erros e não runnar bem como alguém que está confiante em suas ações, então é muito importante.
Como é jogar um torneio em que você conhece a maioria dos oponentes?
Isso acontece em todos os High Rollers, eu praticamente conheço todos com que estou jogando, ao contrário de eventos com fields maiores. Você tem que usar o que sua mesa te dá, então se estou em um torneio no qual não conheço ninguém, eu vou focar mais na leitura, enquanto em High Rollers, eu sinto que não preciso prestar tanta atenção, porque já joguei contra esses caras antes.
Qual seu planejamento para a WSOP 2018?
Eu vou jogar todos os grandes eventos, todos os Mixed Games de US$ 10 mil, vou pular alguns eventos que não são meus favoritos e pular todos os pequenos.
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