COMPARTILHAR
Yuri Martins - BSOP Millions
Yuri Martins.

Yuri Martins foi o principal destaque do poker brasileiro em 2019. Nos primeiros onze meses do ano, o jogador conseguiu o impressionante feito de ser o melhore representante tupiniquim no SCOOP (Spring Championship Of Online Poker) e WCOOP (World Championship Of Online Poker), as maiores séries do poker online.

A performance do profissional não ficou restrita apenas nos feltros virtuais. Yuri conquistou o primeiro bracelete da carreira, o sexto da história do país, e foi o melhor representante brasileiro no Main Event da WSOP (World Series Of Poker), ficando na 28ª colocação e faturando US$ 261.430, o maior resultado no circuito live.

VEJA MAIS: Bruno Volkmann faz matança relâmpago e vence Super High Rollers do BSOP Millions

Com a impressionante sequência, o “theNERDguy” do online alçou voos maiores na carreira. No mês de outubro, foi o primeiro brasileiro a disputar uma das principais séries high stakes do circuito mundial, e alcançou uma mesa final.

Apesar de estar próximo de iniciar o último mês do ano, o profissional ainda possui um cronograma recheado de eventos para disputar. Depois do BSOP Millions, o jogador já está com passagem marcada para os Estados Unidos para jogar outros campeonatos.

Em entrevista ao SuperPoker, o craque falou sobre todos esses assuntos, deu dica para os iniciantes e muito mais. Confira:

Como está a expectativa para o BSOP Millions?

É sempre fantástico. Infelizmente, no ano passado não pude estar presente porque meu filho tinha acabado de nascer, foi uma dor no coração, porque o Millions é muito especial, é o maior que a gente tem. Além de todos os torneios serem incríveis, é a oportunidade de encontrar os amigos, que é outra parte muito especial.

Yuri Martins - BSOP Millions
Yuri Martins – BSOP Millions

Com três dias de eventos já realizado, como está a sua performance?

Eu joguei três torneios até agora, não fiz nenhum ITM, mas o poker é isso, são poucos torneios e tudo pode acontecer com a variância. Eu gosto de aplicar muito a lógica no meu pensamento para não ficar muito emotivo em relação ao poker. Quando eu paro para pensar e olho a maneira como foi a minha queda nos torneios, como eu cheguei a possuir aquele stack curto, eu vejo que são coisas do jogo.

VEJA MAIS: Andrew Zeus acerta um out na reta final do Start-Up do BSOP Millions

É uma dica que eu deixo para todos, aplicar a lógica é sempre muito bom, por exemplo, em Las Vegas fiquei 14 torneios sem um prêmio, depois entrei ITM e mais tarde ganhar o bracelete, mas quando olhava para as mãos que eu tinha caído, eram coisas que simplesmente não estavam ao meu favor. Essa forma me mantém mais forte e motivado para continuar.

Como você resumiria o ano de 2019?

Foi muito especial, não tenho palavras para descrever. Todas as séries foram incríveis. O SCOOP foram sete mesas finais, a WSOP, o WCOOP foi sensacional, não tenho palavras para descrever, vivendo um sonho essa é a palavra.

Muitas pessoas falam sobre o longo prazo no poker. Você já teve outros anos especiais, mas com essa sequência este ano podemos dizer que foi a consolidação de uma carreira já gloriosa?

Pode ser, gostei dessas palavras, fiquei bem feliz com elas e motivado. É gostoso olhar para trás, ver esses dez anos como profissional, chegar no décimo ano dessa forma foi realmente muito especial.

VEJA MAIS: Henrique Coutinho acerta call contra Bruno Volkmann no SHR do BSOP Millions; você pagaria?

Não gosto de falar de mim mesmo, ‘isso é para consolidar minha carreira’ ou algo assim, mas acho que veio em um momento muito certo e muito especial. Não vou falar sobre merecimento, mas esse foi o ano que eu mais estudei, que eu mais trabalhei em relação ao meu jogo. Sempre fui um cara meio nerd, de gostar mais de estudar e jogar, mas este foi um ano ainda mais especial nesse ponto, porque estudei mais e resolvi lapidar meu jogo de forma diferente, com outra visão e o resultado veio muito rápido. Foi incrível.

Yuri Martins - BSOP Millions
Yuri Martins – BSOP Millions

Para quem está iniciando agora, a paciência seria um dos principais fatores? Pois todos almejam o big hit, mas não pensam no trabalho do dia-dia. Acha que o diferencial é esse?

Estava conversando com um amigo ontem. Quando virei profissional, demorei quatro anos para eu conseguir uma premiação maior que US$ 17.000. Claro, a paciência faz parte, outra pessoa que demorou muito para ter o big hit foi o “Naza114”, João Vieira, um grande amigo meu. Até no live, ele ganhou o bracelete esse ano, mas antes ele tinha muita trave. Teve um EPT que ele era um de treze e acabou em 11º. Foram várias vezes um cenário parecido e foi um cara que persistiu, uma carreira longa e chegou lá.

O conselho que eu tenho para dar é paciência e não almejar o big hit. Você pode almejar o dinheiro, você pode trabalhar com o poker visando o dinheiro, mas é um processo, não adianta querer antecipar as coisas, pode demorar para acontecer. Se você for muito bom, uma hora se realizará, não tem escape. Com volume, o longo prazo vai chegar, não tem segredo.

VEJA MAIS: BSOP Millions agrada jogadores com “mimos” durante o evento; confira

Sobre a experiência em uma série high stakes em Las Vegas. Conseguiu trocar alguma informação com os jogadores? Como foi?

Eu já tinha alguns amigos que já jogava high stakes e eu trocava uma ideia sobre isso. Estou bem motivo para subir de limites, me desafiar mais, isso tem me motivado muito, porque nossa carreira não é linear em relação a motivação e outros aspectos. Agora estou em um momento de ascendência porque estou me desafiando mais, pretendo fazer mais amizades no circuito, mas é difícil porque você fica o tempo todo jogando e ali todo mundo é muito competitivo. Na hora do jogo, dos intervalos, não sobra muito tempo para fazer amizades, o ideal seria fazer em algum evento, uma festa do organizar ou algo parecido. Em breve terei alguns amigos, mas no momento está cada um na sua por causa desse cenário competitivo.

Yuri Martins - BSOP Millions
Yuri Martins – BSOP Millions

E com os brasileiros? Você chegou a passar a experiência para alguém?

Muitos me perguntaram em relação ao field, porque eu fui e se eu vou voltar o ano que vem. Eu espero voltar, especialmente porque espero ter imposto para pagar.

Encerrando o BSOP Millions, o ano terá pouco mais de 20 dias. Qual o planejamento?

Saindo daqui eu vou sair direto para Las Vegas de novo, vou jogar até dia 21. Eu nem sabia que nessa época do ano tinha tantos torneios lá, estava mirando só o WPT Five Diamond, um torneio que eu sempre sonhei em jogar, mas quando fui ver a grade, fiquei com sangue nos olhos porque vai ter muito torneio: evento caro de Mixed Games, de NL Hold’em, isso todos os dias e em mais de um cassino.

VEJA MAIS: Spin & Go de US$ 5 paga US$ 2 milhões e passa ao vivo no Twitch; assista

É parecido com o verão, que você cai de um torneio e tem outro para disputar em outro cassino, me empolgou muito para ir pra lá. Estava pensando em ir para Punta del Este jogar a Final Millionaria, mas quando eu vi a grande, mudei de ideia, pois também estou com filho pequeno e não quero ficar viajando muito. Tenho muito evento live para jogar até o dia 21, ai depois curtir a família, Natal e ano novo.

BSOP Millions contará com seis dias de transmissão ao vivo no SuperPoker, com cartas reveladas. Confira o cronograma:

30/11 – 14h30 – Pot-Limit Omaha High Roller – Dia Final

02/12 – 14h30 – Main Event – Dia 2

03/12 – 14h30 – Main Event – Dia 3

04/12 – 14h30 – Main Event – Dia 4

05/12 – 14h30 – Main Event – Dia Final

Abra a sua conta no maior site de poker do mundo clicando aqui.