O maior jogador de poker de todos os tempos. É assim que Phil Hellmuth se define em sua autobiografia, lançada durante a WSOP 2017. Logo na capa, a obra traz o aviso: “a história do maior jogador de poker do mundo.”
É difícil discutir com a lógica de Hellmuth. Recordista de braceletes da WSOP, com 14 conquistas, ele está quatro títulos à frente de Phil Ivey e Johnny Chan. Em toda a carreira, ele chega a US$ 21,4 milhões em premiações, isso mesmo sem ser regular nos cada vez mais frequentes High Rollers e Super High Rollers.
Se a qualidade técnica do Poker Brat é inegável, o seu controle psicólogico é dos mais questionáveis. Nesta WSOP 2017 foram vários episódios de explosão do jogador, acostumado a xingar oponentes e reclamar de jogadas alheias. Apesar disso, ele aparenta ser favorecido pela organização, raramente tomando punições por sua postura descontrolada.
Para a tristeza de Hellmuth, neste ano ele não conseguiu buscar o décimo quinto bracelete, apesar de atingir um bom desempenho nos eventos. Foram cinco colocações entre os 20 primeiros, com destaque para o sexto lugar no Evento #69 (US$ 1.500 Razz). A maior premiação foi pela 10ª posição no High Roller for One Drop, que rendeu mais de US$ 300 mil.
Em um de seus intervalos na mesa de transmissão do Main Event, Hellmuth conversou com o SuperPoker sobre o novo livro e o descontrole nas mesas. Confira.
Você realmente se considera o melhor jogador de poker de todos os tempos?
Bom, o meu livro diz que sim, está escrito “Poker Brat: o melhor”. Está logo na capa, então deve ser verdade (risos).
Quem seria o segundo melhor então?
Existem muitos grandes jogadores de poker. Algumas pessoas colocam Daniel Negreanu em um pedestal, outras me colocam num pedestal, outras colocam Phil Ivey, e existem outros caras novos que são muito bons e ótimos em uma variedade de jogos. Caras como John Monette, que é bom em todos os jogos. Então existem muitos jogadores talentosos.
Você teve algumas explosões nessa WSOP. Você continua trabalhando a parte psicológica?
Sim, eu falo sobre isso no meu livro, sobre a razão pela qual eu sou desse jeito. Você pode ir tirando camadas e você vai ficando melhor e melhor, mas eu ainda não estou no ideal, ainda estourei no Razz (risos). Então perco o controle às vezes, mas estou melhorando e me esforço bastante.
Qual o feedback que você está recebendo do seu livro?
As pessoas amam o livro, os europeus acham que é muito pessoal, eles dizem “você compartilhou muita coisa, Phil”. Mas eles estão amando, eles leem e leem rápido. Eu falo em um capítulo sobre como eu quase deixei minha mulher, em outro sobre como ela quase me deixou, então qualquer um que esteja em um relacionamento pode se identificar com isso. Eu também falo sobre o meu sofrimento, como lutei e sofri nos meus primeiros 22 anos na Terra, mas acabei fazendo coisas muito legais após isso, então acho que é uma inspiração para pessoas.
Você não conseguiu um bracelete neste ano. Isso te deixa desapontado ou está feliz com seu jogo?
Bom, eu ainda tenho a WSOP Europe (risos). Mas sim, não ganhar um bracelete me desapontou, fiz várias retas finais, mas qualquer ano sem bracelete é frustrante.
O Bodog é o patrocinador oficial da cobertura do SuperPoker na World Series of Poker 2017