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Eduardo Pires foi o segundo recreativo brasileiro campeão mundial
Eduardo Pires foi o segundo recreativo brasileiro campeão mundial

Eduardo Pires viajou no último final de semana à Foz do Iguaçu (PR) para comemorar o dia dos pais, acompanhado da esposa e filha. Entretanto, o empresário de Ourinhos, interior de São Paulo, que reside há anos em Londrina (PR), optou por pedir para a família ir aproveitar as acomodações do local e engatou no último dia classificatório do Millionaire Maker da WSOP Online.

Conforme o torneio foi afunilando, o recreativo conversou com a esposa para adiar o retorno para casa para o dia seguinte, pois estava muito bem no torneio, que estava se encaminhando da reta final. O “atraso” não podia ter sido por uma causa melhor. O jogador não só desbancou o grandioso field de 5.437 entradas e conquistou o cobiçado bracelete da WSOP, como faturou a maior premiação da história de um brasileiro em torneios, nada menos que US$ 1.384.013,01.

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Dias depois da conquista, o mais novo brasileiro campeão mundial disse ainda está processando tudo que aconteceu. “A ficha está caindo. Estou tranquilo, não é nenhum tipo de desdém, mas com o tempo no poker, acabei aprendendo a ter frieza, mas estou muito feliz, foi incrível”.

Além de todos os feitos já citados, Eduardo ainda se tornou apenas o segundo recreativo brasileiro a alcançar a maior honraria do poker mundial. Mesmo com tantas marcas conquistadas em apenas uma vitória, o jogador prefere ver de outro modo. “Ser o segundo recreativo, ser o maior prêmio, eu não sabia e nem levo muito para esse lado. É algo legal, como mencionei na transmissão do SuperPoker, deixar o seu nome na história, mas isso não traz nada além da felicidade de ter alcançado essas marcas, pois o principal é fazer parte da história”, e completou. “Vão vir outras pessoas que vão ganhar e até prêmios maiores, recordes estão aí pra serem batidos e espero que mais recreativos vençam, além de prêmios maiores para os brasileiros”.

Questionado se já teve uma comemoração do título, o jogador compartilhou como é a rotina de um trabalhador comum, mesmo com um prêmio milionário conquistado. “A comemoração foi apenas naquele momento, já que segunda-feira de manhã já estávamos em Londrina, minha filha com escola, minha esposa trabalhando e eu também. Vai ser assim até sexta-feira, quando a gente vai jantar e fazer algo, mas sobre a comemoração foi essa, trabalho, trabalho e trabalho”.

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Durante a entrevista ao SuperPoker após a vitória, Eduardo brincou que pode demorar para aprender as novas tendências do poker, mas que isso não impede. O paranaense explicou como faz para ir aperfeiçoando a técnica no jogo, mesmo não sendo profissional. “Eu aprendo vendo-os fazer, assisto vídeos, assisto reviews de mesa final, mas também assisto eles stremando, tem muito deles fazendo isso, por exemplo, o “bencb789″ [Benjamin Rolle], sempre que ele está transmitindo, eu tento assistí-lo, até mesmo nos domingos que estou jogando. Você aprende muito e com isso vou aplicando, pode demorar um tempo, mas você vai aperfeiçoando”.

Eduardo Pires conquistou o 13º bracelete da história do Brasil
Eduardo Pires conquistou o 13º bracelete da história do Brasil

A conquista do jogador não veio de surpresa. Apesar de não ter o poker como profissão, o campeão disputa os principais torneios dos feltros virtuais e com diversos resultados expressivos. O recreativo mostrou a sua visão e como é encarar os grandes nomes do esporte. “Mesmo sendo recreativo, a gente quer entrar pra ganhar. Sei das minhas limitações, mas onde eu invisto dinheiro, eu quero retorno e sempre foi assim. Sempre procurei aprender”.

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Questionado se o bracelete era um sonho, o jogador esbanjou sinceridade. “Tudo que você faz, quer alcançar o máximo, mas o bracelete não era um sonho. Como a gente sempre pensa no topo, qual é ele? Ganhar um BSOP? Ganhar um bracelete? Um torneio em uma grande série online? Ou apenas ser lucrativo? Se for, é isso que eu quero. Entretanto, não tinha a ambição do bracelete, mas que bom que no online a minha conquista já foi a maior honra, o título mundial. A gente sempre almeja o maior, mas se eu falasse que sonhava com isso, seria um exagero, mas muito feliz que ele veio”.

Além dos torneios, prêmios e troféus, Eduardo também destacou uma coisa que o fez simpatizar muito pelo poker. “Fiz muitos amigos nesse meio, isso é algo incrível, é o que eu mais gosto, os relacionamentos que criamos e que te ajudam em outros aspectos, não só no jogo, são amigos mesmo. A comunidade é muito unida”. Por outro lado, também mostrou aquilo que também não gosta. “Eu nunca entendi o profissional que desdenha da jogada do recreativo; A atitude correta é fazer totalmente ao contrário, quanto mais gente se divertindo, mas não sabendo a técnica, melhor para ele, mas alguns insistem em ter um comportamento bem diferente”.

O jogador apontou profissionais fundamentais em sua jornada. “Agradeço muito os profissionais que em um determinado momento me ajudaram como o Wender Oliveira, Geraldo Cesar, Eduardo Garla, Marco Tozzato, são pessoas que lá atrás me aconselharam e sempre que tenho algum resultado, faço questão de ressaltá-los”.

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O craque também lembrou da torcida. “Agradeço demais a todos pela torcida, a gente sabe que tem muita gente que vibra com a gente. Recebi muitas mensagens, ainda não consegui responder todas”, o campeão aproveitou para deixar um recado. “Você precisa se dedicar, mesmo não tendo nem de perto o poker como atividade full time, você sofrerá um pouco, é normal, mas se tiver dedicação, vai dar certo. Eu jogava freeroll, as coisas foram dando certo e conseguimos ir evoluindo, não é fácil, isso é verdade, mas não pode ser com sofrimento, pois se não isso te fará mal”.

Eduardo Pires também elogiou o trabalho da imprensa. “Sempre que publicaram algo relacionado a mim, foi sempre com carinho e consideração. Vocês da imprensa fazem o poker aparecer mais, de abraçar e tentar trazer o máximo de pessoas possível, fazer como um esporte que qualquer um possa jogar, ajuda a quebrar o preconceito”.

O campeão também revelou que usou as transmissões do SuperPoker como uma ferramenta de estudo. “Queria destacar aqui que sou muito fã do Vitão [Victor Marques], das narrações dele. Acompanhava muito, sempre que tinha BSOP, pois você sempre aprende, pra ver o que os jogadores faziam. Além disso, o respeito que vocês tem com o recreativo, pois vocês precisam abraçar o jogador e não podem apenas ficar criticando o que ele faz, pois a família do cara está lá assistindo. Isso evoluiu muito e vocês tem papel importante nisso”.

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