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Martin Kabrhel é um personagem polêmico no meio do poker (foto: WSOP)

O checo Martin Kabrhel foi o principal assunto nas redes sociais da comunidade do poker neste domingo (18). O destaque não aconteceu devido à terceira colocação obtida no US$ 250.000 Super High Roller da WSOP, que rendeu US$ 2.279.038, mas pelas atitudes do profissional na mesa.

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Kabrhel já é conhecido (e criticado) por demorar bastante para tomar suas ações na mesa, mesmo em situações teoricamente óbvias, como o fold de uma mão ruim pré-flop. No entanto, a postura do checo no torneio levou as reclamações a outro nível, incluindo também denúncias de que o jogador usaria de táticas ilegais.

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A situação começou a viralizar após uma publicação de Andrew Robl. “Como Martin Kabrhel não está banido da WSOP?”, escreveu o jogador. “Ele faz qualquer torneio não ser divertido para ninguém e além disso já o vi marcar cartas em todos os torneios que o enfrentei”.

Na sequência, Robl também postou o print de uma cena na qual o checo olha fixamente para as cartas do oponente, como se pudesse enxergar algo diferente. “Está lendo as marcações das cartas ou apenas usando seu super poder de visão de raio-x?”, ironizou Robl. “Se eu soubesse que ele estaria em qualquer torneio, preferiria não jogar, imagine como os jogadores recreativos devem se sentir”.

Não demorou para vários relatos similares aparecerem e, como o torneio tinha transmissão ao vivo, o público começou a reparar. Por diversas vezes, Kabrhel parece fazer movimentos curiosos com seus dedos sobre a parte de trás das cartas. Para piorar, o checo estava constantemente levantando de seu assento para tentar ver mais de perto as cartas de seus adversários. A suspeita levantada foi de que ele conseguiria fazer pequenas marcas com suas unhas nas costas das cartas.

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Segundo ele, a intenção era apenas checar os stacks dos oponentes, mas a atitude foi tão comum que a direção do torneio definiu um procedimento: quando um jogador está com cartas vivas, não pode levantar de seu assento (confira no vídeo abaixo). É importante destacar que, apesar de várias denúncias, clipes da transmissão e prints, não há prova definitiva de trapaça de Kabrhel. Além disso, o fato de suas lentas ações na mesa serem criticadas há muitos anos também favorece o ambiente de acusação contra o jogador.

O falatório foi tanto que alguns jogadores começaram até a tampar suas cartas com as mãos para impedir a visualização do checo. Brian Rast foi um dos que se juntou aos críticos. “Ele estava manipulando cartas de forma bem suspeita no Dia 2 quando eu assisti, jogando mãos ruins e fazendo blefes malucos que funcionavam porque os adversários estavam fracos. Não há evidência conclusiva, mas pareceu curioso. Eu fiquei surpreso que mais pessoas não estavam cobrindo suas cartas”.

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No entanto, houve também quem defendesse o jogador, afirmando que ser um jogador irritante e trapacear são coisas bem distintas. Will Jaffe, por exemplo, destacou como outros jogadores acusados de práticas antiéticas no passado não receberam o mesmo tratamento. “Pessoalmente achei que Kabrhel forneceu mais entretenimento à audiência em 15 minutos na última noite do que muitos de vocês nos últimos 15 anos”, disse em resposta a Robl. “Obviamente marcar cartas é uma questão grande, mas Jake Schindler e Bryn Kenney jogaram o mesmo evento”.

Até o momento, a WSOP não se pronunciou sobre a questão, mas é de se imaginar que, após a grande repercussão do assunto, os baralhos utilizados ontem sejam checados com cuidado. Além disso, Kabrhel passará a ser vigiado mais de perto pelos próprios adversários, o que deve diminuir a possbilidade de realizar movimentos estranhos sobre as cartas.

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